ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  17    CAMPO GRANDE 21º

Interior

Em crise pela pandemia, comércio da fronteira apela a delivery ilegal

Hoje de manhã, militares paraguaios apreenderam mercadorias em Pedro Juan Caballero e clima ficou tenso com ambulantes

Helio de Freitas, de Dourados | 07/07/2020 10:16
Entregadores carregam mercadorias para clientes brasileiros na Linha Internacional (Foto: Direto das Ruas)
Entregadores carregam mercadorias para clientes brasileiros na Linha Internacional (Foto: Direto das Ruas)

Com pelo menos cinco mil lojas correndo risco de quebradeira geral e milhares de trabalhadores enfrentando dificuldade para conseguir o sustento, comerciantes de Pedro Juan Caballero encontraram um jeitinho para turbinar as vendas. O delivery de produtos importados está a todo vapor, apesar de a Receita Federal do Brasil afirmar que a prática é ilegal.

Mesmo com a fronteira oficialmente fechada pelo governo paraguaio por causa da pandemia do novo coronavírus, entregas de mercadorias estão sendo feitas a compradores brasileiros na Linha Internacional entre Pedro Juan e Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande.

Fotos recebidas pelo Campo Grande News mostram trabalhadores e ambulantes carregando caixas e pacotes para entregar aos clientes brasileiros que ficam no lado brasileiro. O delivery acontece em um trecho da fronteira em que foi retirada a cerca de arame farpado instalada pelos militares da Força Tarefa Conjunta em março, quando foi decretado o fechamento da fronteira.

Na manhã desta terça-feira (7), os militares apreenderam algumas mercadorias que estavam sendo levadas por comerciantes paraguaios. O clima ficou tenso, como mostra vídeo que circula em grupos do aplicativo WhatsApp.

Veja o vídeo:

No mês passado, como forma de amenizar a crise pelas vendas baixas, já que os brasileiros não podem entrar no Paraguai, a Câmara de Comércio de Pedro Juan Caballero pediu ao governo do país autorização para fazer delivery em pontos específicos, seguindo medidas sanitárias.

O governo paraguaio autorizou a estratégia, mas a Receita Federal do Brasil afirmou que qualquer mercadoria entregue do lado brasileiro estaria sujeita à apreensão por ser ilegal. Segundo a Receita, como a fronteira está fechada, não seria possível emitir nota das mercadorias, mesmo dentro da cota de 500 dólares.

O caso foi tratado com representante diplomático do governo brasileiro em Asunción no mês passado, mas até agora não houve resposta do Brasil.

“O Paraguai autorizou o delivery, mas não colocamos em prática porque o Brasil ainda não liberou. Estamos esperando resposta do governo brasileiro para fazer de forma organizada, controlada, com todas as medidas do protocolo e do jeito mais correto possível”, afirmou ao Campo Grande News o presidente da Câmara de Comércio de Pedro Juan Caballero, Victor Barreto.

Questionado sobre as entregas ilegais que estão sendo feitas, ele afirmou: “o povo está se virando pra sobreviver, está complicado”.

Nos siga no Google Notícias