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Interior

Faltando 4 dias, júri de assassino de major atacado na rua é suspenso

Paulo Setterval estava com a família em Bonito quando foi morto a facada, na calçada de uma rua central de Bonito

Geisy Garnes | 29/02/2020 17:44
Bruno Rocha confessou assinado de major da reserva do Exército.
Bruno Rocha confessou assinado de major da reserva do Exército.

A juíza Adriana Lampert suspendeu o julgamento do pintor Bruno Rocha pelo assassinato do major da reserva do Exército Paulo Setterval, de 57 anos, ocorrido em abril do ano passado, em Bonito – a 257 quilômetros de Campo Grande. O réu deveria ir a júri popular na segunda-feira, 3 de março.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, a mudança atendeu um pedido da defesa de Bruno, que tenta mudar a cidade onde o julgamento será realizado. Para isso, os três advogados do réu enviaram o pedido de alteração ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

No documento, os advogados Lucas Arguelho Rocha, João Ricardo Batista de Oliveira, Rodrigo Marques da Silva, alegam que há dúvidas sobre a “imparcialidade dos jurados bonitenses”, já que o caso mobilizou toda a população da cidade.

“A defesa requer ao Tribunal que o julgamento seja em comarca da região sudoeste, cidade próxima dos fatos, onde a sociedade não esteja contaminada ou influenciada a condenar previamente o suposto autor do homicídio, e ainda este recurso está pendente de julgamento na Corte Superior”, explicou os advogados em nota.

Na decisão, a juíza ainda levou em consideração que dois dos três advogados de Bruno não poderiam comparecer ao júri do dia 3 de março e que o assistente de acusação, José Roberto Rodrigues da Rosa, não se opôs a mudança.

“A decisão de suspensão do júri se fez prudente e cautelar, mérito da sensatez e justeza da juíza. A defesa entende que é preciso aguardar uma decisão final do TJ, pois somente assim poderemos realizar um julgamento justo, com base na lei, resguardando os direitos e garantias fundamentais ao acusado”.

Settervall foi esfaqueado em frente a hotel de Bonito. (Foto: Divulgação)
Settervall foi esfaqueado em frente a hotel de Bonito. (Foto: Divulgação)

O crime - Paulo Setterval estava com a família em Bonito quando foi morto a facada, na calçada de uma rua central, depois de se negar a dar um cigarro para o réu.

Conforme o inquérito policial, por volta das 21h50 do dia 14 de abril, a vítima estava em frente ao hotel CLH Suítes fumando um cigarro. Bruno, que seguia em uma bicicleta, encontrou Paulo e lhe pediu um cigarro, não sendo atendido. Em seguida, ele retornou “de maneira sorrateira e insidiosa” e abordou a vítima pelas costas.

Quando o major se virou para ver do que se tratava, Bruno atingiu a vítima com uma facada no tórax. O golpe foi fatal.

Bruno, que está preso, é réu por homicídio qualificado, por motivo torpe e uso de meio que dificultou a defesa da vítima. Ele chegou a ser submetido a exame de insanidade de sanidade mental, levantada pela defesa.

O perito responsável pelo laudo psiquiátrico, Rodrigo Abdo, identificou em Bruno capacidade plena de entender o “caráter ilícito do fato”. O laudo atestou que o pintor estava com a autodeterminação diminuída, “mas não abolida”, no dia do crime, 14 de abril. Por conta disso, foi diagnosticado com síndrome de dependência em grau moderado, de álcool e drogas.

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