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Interior

Fugindo do caos, 123 venezuelanos chegam a MS no fim de semana

Assim como grupo de uma centena de pessoas que chegou em fevereiro, refugiados vão morar e trabalhar em Dourados

Helio de Freitas, de Dourados | 22/03/2019 15:28
Grupo de venezuelanos que vem para Dourados, nesta tarde em abrigo na capital de Roraima (Foto: Maikon Ferreira)
Grupo de venezuelanos que vem para Dourados, nesta tarde em abrigo na capital de Roraima (Foto: Maikon Ferreira)

Mais 123 venezuelanos desembarcam no fim de semana em Mato Grosso do Sul. Refugiados da crise humanitária que se agrava a cada dia na Venezuela, o grupo vai morar e trabalhar em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Outros cem venezuelanos chegaram no início de fevereiro deste ano à segunda cidade de Mato Grosso do Sul.

O bispo Maikon Ferreira, da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, está na tarde desta sexta-feira (22) em Boa Vista, capital de Roraima, ajudando a organizar a vinda dos refugiados.

Ao Campo Grande News, ele informou que às 23h50 de hoje chega ao aeroporto de Campo Grande o primeiro grupo, de 23 pessoas. No mesmo horário de sábado (23) chegam outras cem pessoas, que seguem para Dourados na manhã de domingo em um ônibus do Exército. São 107 homens e 16 mulheres que desembarcam entre hoje e amanhã na capital sul-mato-grossense com destino a Dourados.

“São dez abrigos aqui em Boa Vista, em torno de sete mil abrigados, fora os que estão morando na rua e abrigados em outras instituições religiosas”, afirmou o bispo.

Bispo Maikon Ferreira (à direita) com o venezuelano Jesus, nesta tarde, em Boa Vista (Foto: Divulgação)
Bispo Maikon Ferreira (à direita) com o venezuelano Jesus, nesta tarde, em Boa Vista (Foto: Divulgação)

Passou na 2ª entrevista – Nesta sexta, o bispo douradense ajudou um dos refugiados, Jesus Daniel Andrade Cortes, a conseguir ser incluído no grupo. “Ele não passou na primeira entrevista, aí pedi para analisarem novamente e ele foi aprovado, ficou muito grato e vai para Dourados”, disse Maikon Ferreira.

A vinda dos refugiados faz parte da Operação Acolhida, que envolve o Exército, instituições religiosas e voluntárias e tem apoio do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) e da OIM (Organização Internacional para as Migrações).

Maikon Ferreira disse que ao contrário do grupo vindo em fevereiro, que foi levado para um abrigo no distrito de Indápolis até a Operação Acolhida providenciar casas, esses venezuelanos de agora irão direto para as residências preparadas pelas entidades participantes. Eles também chegam com emprego já garantindo em indústrias de alimento do município.

Apesar da ajuda das entidades e da ONU (Organização das Nações Unidas), que paga o primeiro aluguel, os refugiados precisam da ajuda da população local. Os voluntários estão arrecadando alimentos, para garantir o sustento até os venezuelanos receberam o primeiro salário. As doações podem ser entregues nas igrejas.

Acolhida – A operação foi criada para ajudar famílias em situação de extrema vulnerabilidade a encontrar melhores condições de vida em outros Estados do país.

Todos os envolvidos aceitam, voluntariamente, participar do programa e são vacinados, submetidos a exames de saúde e regularizados no Brasil - inclusive com CPF e carteira de trabalho.

A iniciativa conta ainda com apoio do Fundo de População das Nações Unidas e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

Espaço onde refugiados passam por entrevista, em abrigo na capital de Roraima (Foto: Maikon Ferreira)
Espaço onde refugiados passam por entrevista, em abrigo na capital de Roraima (Foto: Maikon Ferreira)
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