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Interior

Garoto de 13 anos está entre mortos no confronto, dizem indígenas

Nota da Aty Guasu cita que foram ao menos quatro mortos, mas até o momento apenas um foi confirmado

Ana Paula Chuva | 25/06/2022 10:28
Indígenas alegam que morto em conflito tinha 13 anos. (Foto: Reprodução | Aty Guasu)
Indígenas alegam que morto em conflito tinha 13 anos. (Foto: Reprodução | Aty Guasu)

Adolescente de 13 anos, identificado apenas como Paulino, conhecido como "Paraguadito", foi morto durante o conflito entre indígenas e policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, em Amambai, a 351 quilômetros de Campo Grande, na manhã de sexta-feira (24). A afirmação é de lideranças indígenas.

A foto de uma pessoa do sexo masculino morta com a vísceras expostas, que circula nas redes sociais desde ontem, é do garoto, segundo Jairo Moreira, um dos indígenas que conseguiu conversar com o Campo Grande News. Por conta da dificuldade de sinal de celular na região, as informações seguem desencontradas.

Autoridades da segurança pública confirmam apenas que houve um óbito em decorrência da intervenção policial.

Ontem, o diretor do Hospital Regional de Amambai, Paulo Sérgio Catto, afirmou que apenas um indígena teria chegado à unidade já sem vida e seria um rapaz de aproximadamente 25 anos, que não teve a identidade divulgada.

Por volta das 22h40, também de ontem, um boletim de ocorrência foi registrado pela Delegacia de Polícia Civil de Amambai, confirmando um óbito de uma pessoa identificada como Vito Fernandes, de 42 anos.

Morte de homem de 42 anos foi registrada em boletim de ocorrência sem histórico (Foto: Reprodução)
Morte de homem de 42 anos foi registrada em boletim de ocorrência sem histórico (Foto: Reprodução)

O secretário estadual de Segurança, Antonio Carlos Videira, afirmou à reportagem nesta manhã que até agora, não foi informado de mais mortes, além da de Vito Fernandes. A Pax Amambai Ltda., que está no plantão funerário, também não foi acionada para buscar corpos.

Segundo nota da Aty Guasu - grupo que representa a comunidade indígena -, enviada na manhã deste sábado (25), dois mortos foram confirmados - seriam Vito Fernandes e Paulino -, mas que a comunidade afirma que ao menos quatro morreram e cerca de 10 ficaram feridos, na região da Fazenda Borda da Mata, onde aconteceu o conflito.

Lideranças que estão na região explicam ao Campo Grande News que o corpo do adolescente, assim como de outros mortos, ainda estão na área de conflito. Por isso, não há confirmação oficial dos óbitos.

Momento em que policiais do Batalhão de Choque chegam na fazenda. (Foto: Reprodução | Redes Sociais)
Momento em que policiais do Batalhão de Choque chegam na fazenda. (Foto: Reprodução | Redes Sociais)

Conflitos - Dois conflitos entre indígenas e policiais militares foram registrados em Mato Grosso do Sul nesta sexta-feira e aconteceram um dia depois do protesto nacional contra o marco temporal. Em Mato Grosso do Sul, os guarani-kaiowá ocuparam duas áreas nas cidades de Naviraí e Amambai, distantes 359 km e 351 km de Campo Grande, respectivamente.

As entradas nas áreas aconteceram na quinta-feira (23), mesmo dia em que milhares de indígenas protestaram pelo Brasil contra a limitação da demarcação das terras que poderiam ser reivindicadas pelas etnias. Caso a tese do marco temporal seja
"aprovada" no STF (Supremo Tribunal Federal), ambas as áreas nos territórios de Mato Grosso do Sul ficariam de fora dos processos de demarcação.

Em Naviraí, os conflitos foram na Fazenda Tejui. Já em Amambai, o conflito foi na fazenda Borda da Mata, chamada pelos guarani de "Território de Guapoy". Neste acaso, equipes do Batalhão de Choque da Polícia Militar foram até o local e até o momento foram registrados 10 feridos, sete deles indígenas, a maioria adolescentes.

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