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Interior

Homem com histórico de crimes é fuzilado em frente à boate na fronteira

Assassinato é o terceiro caso ocorrido em Pedro Juan Caballero, ao lado de Ponta Porã, em menos de 24h

Izabela Sanchez | 31/12/2018 09:30
Homem de 33 anos foi assassinado a tiros em frente à casa noturna e polícia suspeita de ajuste de contas (Foto: Capitan Bado)
Homem de 33 anos foi assassinado a tiros em frente à casa noturna e polícia suspeita de ajuste de contas (Foto: Capitan Bado)

A fronteira do Brasil com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul, segue em clima de guerra, marcado por assassinatos na região de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, cidade ao lado de Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande. Um homem de 33 anos, identificado como Isabelino Ramón Arguello Soria, foi fuzilado em frente à uma discoteca na madrugada desta segunda-feira (31) e marca o terceiro caso de assassinato em menos de 24h na cidade.

Segundo o site paraguaio Capitan Bado, a vítima apresentava antecedentes criminais por roubo agravado e homicídio doloso. A polícia suspeita, afirma o site, que a morte seria um “ajuste de contas”. Isabelino foi assassinado em uma caminhonete Kia, de cor branca, por pistoleiros que passaram em uma motocicleta. Ele foi levado até um Hospital Privado, mas faleceu durante o trajeto.

Domingo violento – Violento, o domingo na cidade de Pedro Juan teve ao menos três assassinatos. Anderson Ariel Florenciano Ferreira, 28 anos, foi assassinado a tiros na frente dos filhos durante a manhã. Ele foi morto quando saía de sua casa, no bairro General Genes, atingido por disparos de pistoleiros que chegaram em uma motocicleta.

O autor, conforme o Porã News, efetuou cinco disparos, que atingiram o homem na cabeça, pescoço e costas. A vítima morreu quando era levada ao Hospital Regional. A mulher de Ferreira disse que ele havia recebido uma ligação no telefone e saiu da casa para esperar uma pessoa. Minutos depois, ela ouviu os disparos e, ao também sair, encontrou o marido caído no chão. O pai de Ferreira, por sua vez, disse desconhecer se seu filho recebia ameaças ou o motivo da execução.

Ainda segundo o site, no mesmo dia, por volta das 13h30, Roberto Mendieta Rojas, 33 anos, foi morto com uma facada no peito pelo enteado. O crime teria ocorrido, afirma o site, após uma discussão da vítima com a esposa. O filho, um adolescente brasileiro de 16 anos, teria efetuado o golpe para defender a mãe. O crime aconteceu no bairro Maria Victoria.

Em Paranhos, operação da DOF desmontou uma oficina mecânica de fachada que operava como depósito de drogas. Mais de 2 toneladas foram apreendidas no local e em veículos (Foto: Divulgação/DOF)
Em Paranhos, operação da DOF desmontou uma oficina mecânica de fachada que operava como depósito de drogas. Mais de 2 toneladas foram apreendidas no local e em veículos (Foto: Divulgação/DOF)

Fronteira em guerra – A disputa pela rota do tráfico na fronteira com o Paraguai tem deixado os moradores das cidades que ocupam a faixa, em alerta. Os crimes têm ocorrido desde o assassinato cinematográfico do traficante Jorge Rafaat Toumani, o patrão da fronteira Ponta Porã-Pedro Juan Caballero, executado a tiros de metralhadora calibre 50 há dois anos e meio.

Até agora, a rota disputada não tem um novo líder, mas os candidatos deixam rastro de sangue ao tentar ocupar o “posto”. No momento, ainda assim, um nome tem despontado como  figura ambiciosa em busca da liderança no tráfico da fronteira. É o traficante brasileiro Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, 32, o “Minotauro”, um ex-soldado raso do PCC (Primeiro Comando da Capital), foragido da justiça de São Paulo desde agosto de 2012.

Ex-chefe do tráfico de drogas em Bauru (SP), Minotauro se mudou para Pedro Juan Caballero, onde passou a usar identidade falsa em nome de Celso Matos Espíndola. A polícia acredita que ele seria o mandante, por exemplo, do assassinato do investigador da Polícia Civil Wescley Vasconcelos Dias, o Baiano. Ele foi executado com pelo menos 30 tiros de fuzil calibre 7.62 quando parava em sua casa, a poucos quarteirões da delegacia, com um carro oficial descaracterizado.

Operação – Não é só Pedro Juan Caballero e Ponta Porã que têm sofrido com a violência. Os moradores de Paranhos, a 469 km de Capital, também tem sofrido uma série de roubos e ameaças, crimes que seriam ligados a disputa pela rota do tráfico. A violência motivou operação do DOF (Departamento de Operações da Fronteira), deflagrada na sexta-feira (28), nas cidades de Coronel Sapucaia, Paranhos e Sete Quedas.

O entorno de Paranhos, principalmente na comunidade paraguaia de Ypejhú, tem registrado cenário de guerra. Em 19 de dezembro, mais de 30 bandidos armados promoveram um ataque com explosivos à mansão e a uma loja de veículos em busca de Diego Zacarias Alderete Peralta, apontado como chefe local do tráfico.

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