Idoso desfigurado por pitbull espera transferência para cirurgia fora de MS
Santa Casa informou que nenhum hospital público do estado tem equipe para reconstrução facial
Um mês após ter o rosto dilacerado por um pitbull em Corumbá, no dia 1º de setembro, João Carlos Josias, de 62 anos, continua sem perspectiva de tratamento em Mato Grosso do Sul. Na última quinta-feira (2), ele foi transferido pela assistência social do município para a Santa Casa de Campo Grande, com a expectativa de passar por um enxerto na boca. No entanto, a família foi informada de que a cirurgia não pode ser feita no estado e que o paciente precisa ser encaminhado para São Paulo, ainda sem data definida.
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Um idoso de 62 anos, que teve o rosto dilacerado por um pit bull em Corumbá, aguarda há um mês por uma cirurgia especializada. João Carlos Josias foi transferido para a Santa Casa de Campo Grande, mas descobriu que o procedimento só poderá ser realizado em São Paulo, ainda sem data definida. O paciente apresenta lesões complexas na bochecha, lábios e cavidade oral, necessitando de microcirurgia reconstrutiva. Segundo a Santa Casa, nenhum hospital público de Mato Grosso do Sul possui equipe habilitada para realizar o procedimento. O ataque ocorreu em 1º de setembro, quando o cão escapou da residência dos tutores, que foram indiciados por omissão de cautela e lesão corporal culposa.
A sobrinha, Sandra Duarte, contou ao Campo Grande News que a incerteza revolta os familiares. “Meu tio é um homem simples e já está sofrendo demais; agora ainda precisa esperar sem nem ter uma previsão. Ele não pode comer sem ajuda; alimenta-se por canudinho e precisa usar máscara o tempo todo pelo risco de infecção. A cirurgia devolveria um pouco da dignidade dele, mas até agora não sabemos quando vai acontecer”, desabafa.
Ela reforça que a sensação é de abandono. “Não é porque ele é idoso e de família simples que pode ser deixado de lado. A gente não quer briga com ninguém, só quer que seja resolvido”, afirmou.
Segundo a família, a transferência para Campo Grande foi feita com apoio da assistência social de Corumbá, mas o receio agora é de que João volte para a cidade de origem sem nenhuma definição. “A gente não quer que ele volte nessas condições, sem perspectiva nenhuma. Ele precisa de cuidados e de uma solução definitiva”, completa Sandra.
Em nota, a Santa Casa informou que João apresenta lesões complexas e extensas que exigem cirurgia de alta complexidade, com retalhos microcirúrgicos, um procedimento para o qual não há equipe habilitada em nenhum hospital público de Mato Grosso do Sul. Por isso, desde o início, o hospital orientou que o paciente fosse encaminhado a centros de referência em outros estados, como prevê o SUS (Sistema Único de Saúde).
O hospital acrescentou que prestou acolhimento ao idoso e providenciou o formulário TFD (Tratamento Fora de Domicílio), necessário para viabilizar a transferência. A definição da data, no entanto, não depende da instituição.
O caso - O ataque aconteceu no dia 1º de setembro, no Bairro Aeroporto, em Corumbá, quando um pit bull escapou da casa dos tutores e avançou contra o idoso. As mordidas arrancaram dentes e destruíram parte dos lábios, do nariz e da bochecha. Desde então, João vive em estado de fragilidade, dependente de alimentação líquida e do uso de máscara.
Os donos do cão, um homem de 29 anos e uma mulher de 30 anos, foram indiciados por omissão de cautela e lesão corporal culposa.
O Campo Grande News entrou em contato com a Prefeitura de Corumbá para questionar a situação, já que foi a assistência social do município quem trouxe o idoso para Campo Grande, mas ainda não obteve retorno.
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