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Interior

Incêndios terão efeito catastrófico para animais no Pantanal, prevê Instituto

Instituto Arara Azul divulgou que ninhos não foram afetados diretamente, mas redução de área para busca de alimentos é preocupante

Silvia Frias | 13/09/2019 10:09
Equipe do Instituto Arara Azul em área devastada pelo incêndio, no Refúgio Caiman (Foto/Divulgação)
Equipe do Instituto Arara Azul em área devastada pelo incêndio, no Refúgio Caiman (Foto/Divulgação)

Além da destruição das matas, os incêndios na região do Pantanal podem ter efeitos catastróficos para os animais que conseguiram escapar do fogo. O alerta vem do Instituto Arara Azul, que mantém base de pesquisa no Refúgio Caiman, a 31 quilômetros de Miranda.

A partir do dia 2 de setembro, o incêndio que atingiu o refúgio de 53 mil hectares atingiu proporções incontroláveis. Nem reforço de equipes do Corpo de Bombeiros de Campo Grande, Miranda e Aquidauana, além dos brigadistas da propriedade e do Prevofogo, conseguiu conter o desastre.

A estimativa é que 35 mil hectares tenham sido atingidos pelas chamas. Agora, segundo o tenente-coronel Waldemir Moreira Jr, chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros, os trabalhos concentram-se no rescaldo, com controle das chamas, mas em situação de vigilância.

Equipes monitoram os ninhos das araras azuis, até agora, sem danos diretos (Foto/Divulgação)
Equipes monitoram os ninhos das araras azuis, até agora, sem danos diretos (Foto/Divulgação)

A extinção dos incêndios não significa o fim das preocupações. No Refúgio Caiman, o instituto mantém 22 ninhos ativos com ovos e/ou filhotes e, até o momento, não houve registro de perdas diretas. “Mas sabemos que os danos indiretos poderão ser catastróficos”, conclui.

Segundo o instituto, com base em registros anteriores de incêndios, sabe-se que a alimentação fica escassa e a mata que restou será o refúgio deles, aumentando a competição e predação.

No caso específico das araras azuis, são animais que se alimentam de fruto de duas palmeiras. “Com a queimada destas espécies a arara azul terá a alimentação bastante comprometida”, explica o Instituto.

A informação do Corpo de Bombeiros é que há 15 anos não havia registro de incêndio na Caiman e, por conta da grande quantidade de biomassa (matéria orgânica), os focos alastraram-se rapidamente.

Outrao projeto que também atua na Caiman, a Onçafari fez resgate durante o incêndio na terça-feira passada. Equipes tiraram uma onça-pintada, que era prepara na fazenda para reintrodução. O animal foi retirado as pressas e levado para local seguro, longe dos focos de queimadas.

Focos - Dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais) registram 88 focos de incêndios entre ontem e hoje na região do Pantanal. A maior parte, em Aquidauana, 47 focos. Somente no mês de setembro, foram 1.678 focos, sendo liderado pelas ocorrências em Corumbá, 676.

Fogo atingiu pelo menos 35 mil hectares dentro do refúgio, segundo Corpo de Bombeiros (Foto/Divulgação)
Fogo atingiu pelo menos 35 mil hectares dentro do refúgio, segundo Corpo de Bombeiros (Foto/Divulgação)

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