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Interior

Índio morre em Paranhos e comunidade fala em espancamento

Marta Ferreira | 28/09/2011 10:24

Polícia Civil está no acampamento onde ele morreu, em fazenda que está em estudos para ser demarcada como terra indígena

O índio guarani-caiuá Teodoro Ricardi, de idade estimada em 25 anos, morreu nesta madrugada em Paranhos, em um acampamento localizado na fazenda São Luiz, que está em estudos para ser demarcada como terra indígena. Os moradores do acampamento, mantido no local graças a autorização da Justiça, afirmam que o índio foi atacado por homens ontem à noite e espancado, a caminho da área.

A Polícia Civil enviou uma equipe ao local e a informação na delegacia é que os policiais ainda não retornaram. O corpo de Teodoro está no carro funário, na frente da unidade da Funai (Fundação Nacional do Índio) na cidade.

O corpo tem sinais de espancamento e de ferimentos de faca, conforme apurou a reportagem junto às pessoas que o recolheram na aldeia. Ele vai ser levado para o IMOL (Instituto Médico Odontológico) de Ponta Porã para os exames necroscópicos e só depois voltará a Paranhos para o sepultamento.

Os índios que vivem no acampamento acionaram o Cimi (Conselho Indigenista Missionário), que comunicou o fato à Funai em Brasília, ao MPF (Ministério Público Federal) e ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça). O Conselho faz hoje reunião sobre a causa indígena.

Conforme o relato feito ao Cimi, o ataque ao índio aconteceu por volta das 19h de ontem, quando ele voltava para o acampamento, vindo da cidade, a 40 quilometros da fazenda.

Duas pessoas do acampamento viram um grupo de homens espancando Teodoro e abandonando-o. Ele foi levado para o acampamento, onde morreu, conforme o Cimi informou. Não chegou a ser levado para o hospital, pois não havia veículos disponíveis.

A comunidade, de cerca 70 famílias, reivindica a fazenda como sendo a terra indígena Y´poi. Os relatos de problemas envolvendo seguranças são freqüentes.

No ano passado, após os índios invadirem uma área da propriedade, e ficarem ilhados, a Justiça determinou a permanência deles no local e o acesso da Funai para atendê-los.

A área está em estudos como parte do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) firmado no Estado, com a interveniência do MPF prevendo a demarcação de terras indígenas na região sul do Estado.

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