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Interior

Irmãos que mandaram matar empresário por ciúmes são condenados a 39 anos

Mandante do crime era esposa de empresário e planejou, junto com o irmão, matar o marido por ciúmes

Dayene Paz | 30/10/2021 15:20
Jonathan foi morto a mando da esposa, em Ivinhema. (Foto: Arquivo / Ivi Hoje)
Jonathan foi morto a mando da esposa, em Ivinhema. (Foto: Arquivo / Ivi Hoje)

Kelly Francine Vioto Fialho, de 30 anos, e o irmão Geovane Vioto Fialho, de 27 anos, mandantes do assassinato de Jonathan Marcelo Fernandes, 28, foram condenados pela Justiça, em Ivinhema, a 282 quilômetros de Campo Grande. Kelly era esposa de Jonathan e planejou o crime por ciúmes. O executor, Johnny Alves da Silva, de 24 anos, também foi condenado. As penas de prisão, somadas, chegam a 39 anos.

Em março de 2019, a mulher, o irmão e outros três envolvidos no crime foram alvos da Operação Latrodectus, da Polícia Civil, deflagrada justamente para prender os envolvidos na morte do empresário, atingido por três tiros em frente à sua serralheria, no dia 5 de julho de 2018.

O julgamento do trio, que aconteceu na quinta-feira, dia 27, durou 13 horas e 30 minutos. De acordo com o MPE (Ministério Público Estadual), o promotor de Justiça Daniel do Nascimento Britto pediu a condenação dos réus nos termos da pronúncia.

Já para o executor, Johnny, benefício de diminuição de pena, consistente na delação premiada. Isso porque, no entender da acusação, ele teria contribuído de forma efetiva para o esclarecimento dos fatos e identificação dos demais envolvidos.

Os jurados rejeitaram todas as teses da defesa, acatando, a versão apresentada pelo Ministério Público. Assim, Geovane foi condenado a 14 anos de prisão; Kelly a 15 anos e Johnny teve a pena definitiva fixada em 10 anos.

Premeditado - Foram seis meses de investigação que chegaram a esposa do empresário, como mandante do crime. A mulher, que tinha um filho com a vítima e estava grávida do segundo na época, contou ainda com a ajuda do irmão, Geovane. Juntos, os dois contrataram um amigo, conhecido como “Pikachu”, para organizar o assassinato.

Organização do crime conforme Polícia Civil. (Foto: Divulgação)
Organização do crime conforme Polícia Civil. (Foto: Divulgação)

O crime foi motivado por ciúmes, já que Jonathan tinha se envolvido com outra mulher. Já o cunhado aceitou participar por não admitir que a vítima deixasse a irmã com duas crianças e arrumasse uma segunda esposa.

Conforme a polícia, os irmãos ofereceram R$ 30 mil para que “Pikachu” encontrasse o executor do empresário. O escolhido foi Leandro Bazan Cruz Argilero, de 24 anos, que recebeu R$ 10 mil para isso. Com o dinheiro, ele ainda contratou o quinto envolvido, Johnny Alves, que por R$ 2,3 mil matou a vítima.

Ainda segundo a investigação, os irmãos também entregaram a arma usada no crime, que pertencia à própria vítima. Após o homicídio, o revólver foi vendido em um grupo de WhatsApp por R$ 2,3 mil.

A polícia apurou ainda que no dia do crime, todas as câmeras da serralheria foram desligadas e os funcionários dispensados mais cedo pela mandante.

Os irmãos chegaram a arquitetar um plano para que Johnny, o autor dos disparos, se entregasse sozinho e ocultasse o envolvimento dos outros quatro envolvidos. Para isso, os dois pagaram R$ 50 mil para convencê-lo a se entregar.

Fachada da serralheria onde ocorreu o crime. (Foto: Arquivo)
Fachada da serralheria onde ocorreu o crime. (Foto: Arquivo)

Um advogado chegou a marcar a apresentação de Johnny na delegacia na tentativa de atrapalhar as investigações, mas a operação foi realizada horas antes disso acontecer. Em entrevista a assessoria de comunicação da Polícia Civil o delegado explicou que os suspeitos eram monitorados enquanto armavam o plano para despistar a polícia.

Para garantir o silêncio do assassino, Kelly arcava com as despesas do advogado e chegou a dar um carro para a família de Johnny, que até então não tinha nenhum tipo de veículo.

O julgamento dos intermediários, "Pikachu" e Leandro Bazan ainda não tem data marcada.

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