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Interior

Jornalista denuncia estupro e perseguição: "não consigo sair de casa"

Jovem chegou a expor caso nas redes sociais para pedir Justiça; Polícia abriu inquérito e apura a denúncia

Dayene Paz | 29/06/2022 11:56
Um dos relatos expostos pela jovem no Instagram. (Foto: Divulgação/Internet)
Um dos relatos expostos pela jovem no Instagram. (Foto: Divulgação/Internet)

Meses de perseguição levou uma jornalista de Mato Grosso do Sul a denunciar estupro e expor o caso nas redes sociais para pedir Justiça. "Essa história roubou minha paz, meu brilho, minha luz, minha felicidade, roubou tudo, mas estou tentando ser forte e não vou desistir, porque eles não vão me calar", afirmou nas redes sociais. O caso é investigado pela Polícia Civil de Três Lagoas, a 327 quilômetros de Campo Grande.

Gabrielle Borges, de 32 anos, conversou com o Campo Grande News e permitiu a divulgação do nome. A história ocorreu há um ano e só foi exposta no Instagram após a jovem ser vítima de perseguição pelo suspeito, um rapaz de 25 anos. "Quando comecei no jornalismo não esperava nunca ser pauta de uma matéria como essa", lamenta.

A jovem contou que o crime ocorreu no começo de 2021, quando foi a uma festa acompanhada da amiga. "Saímos três vezes com uma galerinha popular e em uma dessas vezes fomos a um rancho". Nesse local, Gabrielle foi dopada por um homem que estava beijando. "Em certo momento nos afastamos, mas na minha cabeça nada demais aconteceria, foi quando ele ficou mais agressivo. Nessa hora eu já estava completamente enlouquecida da substância que ele me deu afirmando que não era droga", lembra.

A jovem foi prensada contra uma árvore de costas. "Ele arrancou a jardineira que eu vestia, abaixou e tentou sexo anal, assim, de forma brutal. Eu consegui me virar, fui cambaleando tentando me vestir para perto de um carro, mas ele veio atrás e me segurou pelo pescoço com a outra mão", afirma.

Foi nesse momento que houve o estupro, segundo a jovem. "Abaixou minha roupa e a dele, e começou o ato. Eu meio tonta, tentava vestir a roupa e empurrar ele. Enfim, caí no chão tentando vestir a roupa. Ele então enfiou o órgão dele na minha boca até se satisfazer", lembra. "Eu fiquei jogada no chão cuspindo e vomitando", completa.

Em seguida, Gabrielle se levantou e encontrou com as amigas. "Eu gritava, mas de verdade a ficha não tinha caído, nem no outro dia. Foi aí que alguém me avisou sobre a substância que ele colocou na minha boca e por eu estar com a parte íntima toda machucada provavelmente não teria sido consensual", lamenta.

A jovem afirma ter sentido medo de denunciar e então não procurou a polícia na época. "Logo esse cara foi embora e nunca mais tinha visto ele". No entanto, após alguns meses, a jovem estava em um show com a amiga, quando viu o rapaz. "Na hora que eu vi entrei em pânico. Em um certo momento ele me encarou e riu, então eu fui lá e em um ataque de raiva bati nele".

Desde então, Gabrielle é perseguida. "Ele me persegue, me fez perder o emprego, fica atrás de pessoas que não gostam de mim, tenta me prejudicar de várias maneiras", conta. Amedrontada, a jovem procurou a polícia e denunciou o caso há dois meses. "Foi aí que comecei a ser mais intimidada e até um grupo no WhatsApp os amigos dele criaram e me adicionaram para debochar", revela.

Relatos foram divulgados pela jovem em redes sociais. (Foto: Divulgação/Internet)
Relatos foram divulgados pela jovem em redes sociais. (Foto: Divulgação/Internet)

Após denunciar à polícia, Gabrielle expôs seu relato nas redes sociais, a fim de incentivar a denúncia e pedir justiça. "No meu Instagram decidi fazer uma campanha de denúncia, além de claro denunciar na justiça. Estou recebendo vários relatos de outras vítimas do mesmo rapaz. Estão tentando me calar e por isso preciso de ajuda".

Ao mesmo tempo que tem apoio, Gabrielle afirma que vive com medo e recebendo julgamentos. "Não consigo sair de casa, me alimentar. Hoje só vivo na angústia, me falta esperança, fé e me sobra dor, e como dói, dói muito. Minha vontade é de arrancar meu coração do peito, não sei como vou esquecer tudo que venho passando, intimidações, calúnias, julgamentos e dor. Estou tentando ser forte e ter fé".

A reportagem do Campo Grande News entrou em contato com a delegada da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Três Lagoas, Nelly Gomes. Ela afirmou que foi aberto inquérito policial para investigar o caso.

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