Justiça marca para fevereiro audiência sobre menino morto pela madrasta
Testemunhas serão ouvidas no dia 13 do mês que vem sobre morte de Rodrigo Moura Santos, de um ano e meio; o pai do menino e a madrasta estão presos desde agosto

A Justiça estadual marcou para o dia 13 do mês que vem a audiência para ouvir o depoimento das testemunhas da ação penal sobre a morte de Rodrigo Moura Santos, de um ano e seis meses, ocorrida em 16 de agosto do ano passado em Dourados, a 233 km de Campo Grande.
O pai do garoto, o lutador de MMA Joel Rodrigo Avalo dos Santos, 26,o “Joel Tigre”, e a madrasta da criança, a também atleta de artes marciais mistas Jessica Leite Ribeiro, 22, estão presos.
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Recolhida no presídio feminino de Corumbá, Jessica confessou ter pisado na barriga do menino quando ele chorava por causa de cólicas. Ele morreu minutos depois. O laudo médico também constatou hematomas na cabeça da criança.
Preso na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), Joel também é réu por homicídio qualificado. Quando aceitou a denúncia do Ministério Público contra o casal, em setembro do ano passado, o juiz da 3ª Vara Criminal Cesar de Souza Lima afirmou que os acusados “praticaram de crime de grande repercussão social, com extrema violência” e ceifaram a vida de uma criança “com extrema violência”.
De acordo com a rádio 94 FM, a audiência para depoimento das testemunhas foi marcada para às 15h do dia 13 pelo juiz Eguiliell Ricardo da Silva. Jessica deve acompanhar os depoimentos através de videoconferência e Joel será levado ao Fórum de Dourados.
Na mesma decisão em que marcou a audiência, o magistrado também negou pedido da defesa de Joel para trancar a ação penal e para revogação da prisão preventiva do acusado.
Jessica afirmou que Joel não estava presente no momento em que ela pisou “acidentalmente” no garoto, mas o Ministério Público o acusa de permitir que as crianças ficassem com a madrasta.
“Mesmo conhecedor das lesões que eram explícitas no corpo de Rodrigo, o pai Joel deixava as crianças aos cuidados da companheira Jessica, assumindo, de forma consistente, a ocorrência de evento ainda mais grave em relação à criança”, diz trecho da denúncia do MP, transformada em ação penal há quatro meses.
Denúncia - Jessica foi denunciada pelo promotor Élcio D’Angelo por ter provocado a morte do menino na manhã de 16 de agosto de 2018.
Uma semana após a morte, ela confessou que a criança chorava muito naquele dia e por isso apertou “com força” a barriga dele, primeiro com as mãos e depois com os joelhos, por acreditar que ele estava com “prisão de ventre”.
Jessica também confessou ter pisado “sem querer” nas costelas do menino quando se levantou da cama e disse ter apertado o pescoço de Rodrigo na tentativa de reanimá-lo.
“Antes de sucumbir à morte, a vítima foi submetida a sofrimento prolongado e desnecessário, consistente em fortes apertões na barriga e pisoteada nas costelas”, afirmou o promotor na denúncia acatada pelo Judiciário.
Rodrigo e a irmã, de 3 anos, moravam com o pai e a madrasta em uma casa no Jardim Márcia, região leste de Dourados. Apesar de ter uma medida protetiva contra o ex-companheiro, a mãe das crianças deixou os dois filhos pequenos com o pai biológico. Laudo da perícia confirmou que Rodrigo tinha lesões mais antigas, indicando que sofria constantes maus tratos.