Mãe questiona versão sobre morte em rio e diz que filho pode ter sido empurrado
Família suspeita que Tiago, sem saber nadar, foi jogado no Rio Sucuriú
Três dias após o sepultamento do filho, Leusilene Andrade ainda tenta entender as circunstâncias que cercam a morte de Tiago Andrade Rezende, de 18 anos, que não sabia nadar e foi uma das duas vítimas do afogamento que comoveu Paraíso das Águas, a 277 quilômetros de Campo Grande. Ela afirma não acreditar na versão de que o jovem teria pulado no Rio Sucuriú para salvar uma amiga e diz que a história está “mal contada”.
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A mãe de Tiago Andrade Rezende, jovem de 18 anos que morreu afogado no Rio Sucuriú, em Paraíso das Águas (MS), questiona a versão oficial do acidente. Leusilene Andrade afirma que o filho, que não sabia nadar, pode ter sido empurrado durante o passeio que resultou também na morte do empresário Igor Paniago. Segundo relatos iniciais, Tiago e Igor teriam se afogado ao tentar salvar uma amiga. No entanto, a mãe aponta contradições nos depoimentos das testemunhas e cobra esclarecimentos da polícia. O caso segue em investigação sob sigilo, conforme informou o delegado responsável.
“Cada um fala uma coisa. Nada tira da minha cabeça que meu filho foi jogado e o Igor tentou salvar”, desabafa a mãe, com a voz embargada. Tiago morreu ao lado do empresário Igor Pereira Rosa Paniago, de 32 anos, conhecido como Ferrinho, no domingo (26), durante um passeio entre amigos.
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Segundo Leusilene, Tiago tinha medo de água e evitava entrar em rios. “Ele já foi com outras pessoas e as mesmas afirmaram que ele não entrava. Era companheiro, amigo, mas esse tipo de coisa ele não ia fazer. Se ele foi pro meio da água, é porque alguém jogou ele”, afirma.
A mãe também relata contradições nos depoimentos das pessoas que estavam no local. “Primeiro o rapaz falou que a usina tinha aberto e veio muita água. Depois negou. Já disseram que o tempo virou, que chovia, que o barco virou. Tá tudo bagunçado”, resume.
Ela afirma ainda que havia sete pessoas no grupo no momento da tragédia. “Agora já falam quatro que foram empurrados pela água, depois seis. E tem gente que estava lá e não aparece pra falar nada”, pontua.
Leusilene diz que só quer entender o que aconteceu e pede que tudo seja esclarecido pela polícia. “Não faz sentido o que estão dizendo. Quero saber a verdade”, reforça. Questionada sobre o que acredita que poderia ter levado alguém a empurrar o filho, ela responde: “Espero que tenha sido uma brincadeira.”
Apesar das suspeitas da mãe, há a possibilidade de que o episódio tenha sido um acidente ou uma brincadeira que terminou em tragédia. Questionado sobre as suspeitas levantadas pela mãe, o delegado Jhonny Monteiro, titular da Delegacia de Paraíso das Águas, informou apenas que o caso segue sendo apurado. “O inquérito é por natureza sigiloso. Eu não comento nada sobre investigação em andamento”, respondeu.
A reportagem também procurou a assessoria de comunicação da Polícia Civil e, até a publicação desta matéria, o retorno oficial não havia sido enviado. O espaço segue aberto. Leusilene, que mora em Chapadão do Sul, diz que deve retornar a Paraíso das Águas neste fim de semana para buscar informações diretamente na delegacia. “Não quero confusão, só quero entender o que realmente aconteceu.”
O caso - Tiago e Igor desapareceram no domingo (26), no Rio Sucuriú, durante um passeio entre amigos. Segundo o Corpo de Bombeiros, o grupo estava em uma embarcação e parou em um trecho conhecido como “prainha”, entre o Rancho Tereré e a Ponte de Pedra. O tempo mudou repentinamente, o vento ficou forte e a correnteza aumentou. Uma das jovens começou a se afogar, e os dois entraram na água para tentar ajudá-la. Nenhum deles voltou.
Os corpos foram encontrados no dia seguinte, a cerca de quatro quilômetros do ponto onde desapareceram. A Prefeitura de Paraíso das Águas decretou luto oficial de três dias, e o episódio gerou grande comoção na cidade.
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