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Interior

Médicos do Hospital da Vida paralisam atividades pelo segundo dia

Paula Vitorino | 06/06/2012 07:29

A categoria denuncia a superlotação e falta de estrutura para trabalhar

Médicos paralisaram atividades desde ontem. (Foto: Dourados Agora)
Médicos paralisaram atividades desde ontem. (Foto: Dourados Agora)

Os médicos do Hospital da Vida, em Dourados, paralisaram os trabalhos desde ontem como forma de protesto. A categoria denuncia a superlotação e falta de estrutura para trabalhar. Apenas os pacientes em estado de urgência e emergência serão atendidos.

Os 110 médicos realizaram assembléia na semana passada e decidiram que vão pedir demissão em massa caso não haja resposta do poder público em relação à crise.

De acordo com o diretor clínico do Hospital da Vida, o pediatra Luiz Carlos de Arruda Leme, houve um dia de paralisação dos serviços como um alerta à Prefeitura de Dourados, mas como não tiveram resposta satisfatória resolveram seguir sem trabalhar pelo segundo dia.

O médico diz que esta paralisação é um segundo alerta e que o terceiro será a demissão em massa em dez dias. “Nenhum profissional é obrigado a trabalhar sem condições. Falta todo o tipo de material e em tempos onde virou moda processar os profissionais por supostos erros, os riscos dos profissionais e dos pacientes são muitos. Queremos dar atendimento de qualidade aos douradenses”, desabafa.

Ele afirma que a fonte do problema está na falta de repasses condizentes com o número de atendimentos prestados.Segundo ele, os médicos vêm atendendo cerca de 40% a mais do que está pactuado com o município de Dourados em contrato.

O problema é que os recursos repassados ao Hospital pelo município não suprem a demanda maior de atendimentos. Com isto, segundo os médicos, há cirurgias de altas e médias complexibilidades, vasculares entre outros atendimentos, cujos valores não são ressarcidos ao hospital.

Conforme o Conselho Municipal de Saúde, os hospitais da Vida e Universitário já acumulam dívidas de mais de R$ 3 milhões ao mês; em torno de R$ 36 milhões ao ano.

O valor de R$ 1,5 milhão de prejuízo mensal do Hospital da Vida é calculado com base em atendimentos como exames, consultas e cirurgias a mais que as unidades prestam sem o devido reembolso financeiro da Prefeitura de Dourados, que tem contrato com os hospitais.

A precariedade dos serviços do HV e HU é tão sério que já são 1.300 pessoas na fila de espera para exames de endoscopia e mais de 700 na fila das cirurgias de cataratas, segundo os médicos. O Hospital Universitário é contratado para atender 16 cirurgias de catarata por mês.

Resposta - A Prefeitura de Dourados, por meio da assessoria de imprensa, informou que não foi comunicada oficialmente pela direção do Hospital sobre a paralisação dos médicos e, por isso, não irá se manifestar até receber comunicado sobre a situação.

Ainda de acordo com a assessoria, o Hospital da Vida é particular e por isso a Prefeitura não pode responder pelo seu funcionamento. A administração pública explica que o hospital é mantido pelo Hospital Evangélico, sendo que este recebe repasse da Prefeitura como prestador de serviço.

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