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Interior

MP investiga demora de até 20 meses para exame do coração na rede pública

Tem paciente na fila desde fevereiro do ano passado esperando por ecocardiograma; prefeitura prometeu contratar laboratório para aumentar exames, mas demanda continua crescendo

Helio de Freitas, de Dourados | 19/09/2017 10:29
Ultrassom do coração está entre os exames mais demorados na saúde pública de Dourados (Foto: Divulgação)
Ultrassom do coração está entre os exames mais demorados na saúde pública de Dourados (Foto: Divulgação)

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul instaurou inquérito civil para investigar a demora por exames de ecocardiograma na saúde pública de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande. Tem paciente cardiopata na fila para fazer o ultrassom do coração desde fevereiro de 2016 e a situação é ainda mais greve entre os moradores da reserva indígena, onde vivem pelo menos 15 mil pessoas.

De acordo com a promotora Fabrícia Barbosa Lima, que instaurou o inquérito, a Secretaria Municipal de Saúde admitiu possuir contrato com apenas uma unidade prestadora do serviço, com 88 exames disponíveis por mês, e que estaria em fase de contratação de mais dois prestadores, ativando mais 130 exames/mês. Entretanto, ainda não houve manifestação do município se o serviço já está disponível.

Índios – A representante do MP cita que o problema é ainda mais greve entre a população indígena. Liliane Ferreira da Silva, coordenadora técnica das equipes multidisciplinares da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), relata que atualmente existem 17 pacientes cardiopatas aguardando exame de ecocardiografia, alguns esperando há 20 meses. Ouvida pelo MP, Liliane esclarece ser indispensável a realização de tal exame para acompanhamento dos pacientes já diagnosticados com cardiopatia e que a demora de seis meses já é suficiente para inviabilizar todo o tratamento médico.

Ainda conforme a promotora, o atraso nos exames já foi cobrado pelo Conselho Municipal de Saúde, como mostram cópias de documentos enviados à prefeitura. Mesmo assim, o problema se arrasta e atualmente existem 1.883 pacientes adultos e 159 pacientes infantis aguardando o ecocardiograma.

Sem previsão – Questionada pelo MP, a Secretaria Municipal de Saúde informou ser impossível mensurar o tempo médio de espera para agendamento de ecocardiografia e que esse procedimento é feito conforme a classificação de risco.

Segundo a promotora, apesar dos questionamentos já encaminhados à prefeitura, como solicitação da lista dos pacientes e o tempo de espera pelo exame, ainda são necessárias novas diligências, para acompanhar as providências que estão sendo tomadas. Por isso foi instaurado o inquérito “para averiguar eventual irregularidade na disponibilização de exames de ecocardiografia”.

A assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde de Dourados foi procurada para falar sobre o caso, mas não tinha se manifestado até o fechamento dessa reportagem.

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