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Interior

Operação da PF em Corumbá indiciou 101 pessoas e bloqueou R$ 32 milhões

A investigação mirou irregularidades na gestão de Ruiter Cunha, que faleceu e processo foi extinto

Aline dos Santos | 15/10/2020 12:33
Veículos apreendidos em Campo Grande durante operação da PF. (Foto: Divulgação/PF)
Veículos apreendidos em Campo Grande durante operação da PF. (Foto: Divulgação/PF)

No retorno da operação Cornucópia, que teve a primeira etapa realizada em 13 de novembro de 2013, a Justiça de Corumbá ordenou o bloqueio de R$ 32 milhões da cúpula do esquema e a PF (Polícia Federal) indiciou 101 servidores cooptados pelo grupo para desvio de dinheiro por meio de empréstimos com desconto em folha.

De acordo com a investigação, o esquema foi executado ente 2008 e 2013, na administração do prefeito Ruiter Cunha. O gestor foi enquadrado na cúpula do esquema e faleceu em 2017. Desta forma, houve a extinção da punibilidade.

Ao todo, a cúpula do esquema era formada por seis pessoas, mas dois investigados fizeram colaboração premiada. Nesta quinta-feira (dia 15), foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, sendo seis em Corumbá e um em Campo Grande. A busca é por bens para ressarcir o erário diante de esquema com prejuízo calculado em R$ 60 milhões.

Policiais federais foram às residências de ex-chefe de gabinete e ex-assessores na gestão de Ruiter. O balanço parcial é da apreensão de seis veículos. Ainda não foi informado o montante sequestrado das contas bancárias dos alvos.

Delegado Wesley Amato, responsável pela investigação em Corumbá. (Foto: Leonardo Cabral/Diário Corumbaense)
Delegado Wesley Amato, responsável pela investigação em Corumbá. (Foto: Leonardo Cabral/Diário Corumbaense)

Uma centena – Os 101 servidores foram indiciados por associação criminosa e peculato. Agora, cabe ao Ministério Público decidir se oferece denúncia ao Poder Judiciário. Não foram pedidas prisões porque não havia contemporaneidade dos fatos, um dos requisitos para decretar preventiva.

“A margem do empréstimo consignado era aumentada e forjavam documentação para apresentar aos bancos. Feitos os empréstimos, retornavam o dinheiro para as lideranças da organização. E quem pagava o empréstimo era a prefeitura”, afirma Wesley Amato Sérvulo, delegado da Polícia Federal em Corumbá.

Primeira fase – Em novembro de 2013, a operação foi realizada em parceria com o Ministério Público de Corumbá. Na ocasião, o ex-gerente de Recursos Humanos da Prefeitura de Corumbá, Wilson Roberto Ferreira Pereira, foi preso de forma temporária e fez colaboração premiada.

No ano seguinte, em novembro de 2014, a PF indiciou Ruiter e 26 servidores municipais pelas fraudes em empréstimos.

Duas operações em 9 dias – Na semana passada, no dia 6 de outubro, a PF fez a operação Offset para investigar desvio de dinheiro público por meio de contratos da prefeitura de Corumbá.

Segundo a PF, a investigação que resultou na Offset começou após chegada de denúncias apontando a ocorrência sistemática de desvio de recursos públicos na prefeitura de Corumbá.

No epicentro das fraudes o contrato com uma empresa de engenharia com sede em Campo Grande. “O dinheiro desviado seria direcionado aos servidores e empresários envolvidos. A investigações também indicaram que parte da verba destinada ao pagamento dos contratos é proveniente de repasse de recursos federais”.

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