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Interior

Órgãos de Camapuã se calam após morte de bebê estuprada pelo próprio pai

Prefeitura, Assistência Social e Conselho Tutelar ignoram questionamentos sobre possível negligência

Por Geniffer Valeriano | 10/07/2025 17:16
Órgãos de Camapuã se calam após morte de bebê estuprada pelo próprio pai
Criança vítima de abusos em Camapuã, em foto publicada pela avó. (Foto: Direto das Ruas)

Órgãos municipais de Camapuã mantêm o silêncio após a morte brutal de uma menina de 1 ano e 9 meses, estuprada pelo próprio pai. No “tribunal” das redes sociais, internautas questionam: “Cadê o Conselho Tutelar?” e apontam: “Negligência do Conselho Tutelar e da Assistência Social”.

RESUMO

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Órgãos municipais de Camapuã permanecem em silêncio após a morte de uma menina de 1 ano e 9 meses, estuprada pelo pai. A população questiona a atuação do Conselho Tutelar e da Assistência Social, que não responderam às solicitações de informações sobre a família. A criança já apresentava sinais de negligência antes do crime. A bebê, que havia sido internada com infecções graves e sinais de descuido, recebeu alta no dia do crime. A Polícia Civil investiga o caso, que corre em sigilo. O Hospital Universitário informou que a menina tinha histórico de problemas de saúde e que a situação de vulnerabilidade foi comunicada.

Durante toda esta quinta-feira (10), o Campo Grande News procurou a Prefeitura da cidade, o Conselho Tutelar e a Secretaria de Assistência Social. O objetivo era solicitar informações sobre eventuais acompanhamentos prestados à família da criança e saber se havia registros de denúncias de maus-tratos envolvendo a bebê ou os irmãos, tanto por parte da mãe quanto do pai.

As ligações feitas para o prefeito Manoel Nery (PP) não foram atendidas. As mensagens enviadas também não tiveram resposta. Já a Secretaria de Assistência Social foi contatada por e-mail, mas até a publicação desta matéria, não retornou.

O único órgão que atendeu a reportagem foi o Conselho Tutelar. No entanto, após horas de espera, uma assistente informou que não haveria manifestação no momento. Após insistência da equipe, ela disse apenas que, caso haja algum pronunciamento, o Campo Grande News será contatado.

Nas redes sociais da Prefeitura, a programação segue como se fosse mais um dia comum, com publicações sobre agendas realizadas nesta quinta-feira. Já no perfil da Câmara de Vereadores, a última postagem relembra pautas da sessão de segunda-feira (7).

Negligência evidente  —  Antes do crime, a bebê já apresentava sinais de negligência no cuidado com a traqueostomia. Em um atendimento anterior no Hospital Universitário de Campo Grande, ela deu entrada com larvas, piolhos e pneumonia. A Polícia Civil investiga o caso, que corre sob sigilo.

Em nota, o HU informou que o procedimento de traqueostomia não foi realizado na unidade e não há registro de há quanto tempo ela convivia com ele. A bebê foi internada no dia 28 de junho com um quadro de infecção. Segundo o hospital, ela já apresentava histórico de dificuldade respiratória, convulsões e episódios de choque.

A infecção detectada é conhecida como miíase, causada pela presença de larvas de moscas em tecidos e cavidades do corpo, é geralmente associada à falta de higiene. A condição é comum em animais, especialmente em zonas rurais, mas rara em humanos. Quando ocorre, costuma atingir pessoas debilitadas, embora também possa aparecer em pacientes saudáveis.

Durante a internação, a menina ficou estável. No dia 30 de junho, passou por cirurgia para retirada das larvas e troca da cânula da traqueostomia devido a um estreitamento na traqueia. No dia do crime, terça-feira (8), ela recebeu alta médica. Segundo o hospital, “foi comunicada a situação de vulnerabilidade”.

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