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Interior

Polícia conclui inquérito e acusado de pedofilia é indiciado por cinco crimes

Helio de Freitas, de Dourados | 31/10/2014 11:02
Jeferson Porto da Silva está em presídio de segurança máxima e se condenado pena passa de 20 anos (Foto: Eliel Oliveira)
Jeferson Porto da Silva está em presídio de segurança máxima e se condenado pena passa de 20 anos (Foto: Eliel Oliveira)

Está no Poder Judiciário e no Ministério Público o inquérito da Polícia Civil com o resultado da investigação sobre os crimes atribuídos ao servidor público municipal Jeferson Porto da Silva, 33 anos, acusado de assediar adolescentes em Dourados, a 233 km de Campo Grande. Homossexual assumido, ele confessou que pagava para os garotos fazerem sexo com ele.

As vítimas identificadas têm entre 14 e 16 anos, mas a polícia localizou um menino que afirmou ter mantido relações com Jeferson quando tinha 12 anos. “O Jeferson não fazia diferença de idade”, segundo a delegada responsável pelas investigações, Marina Lemos, do 1º Distrito Policial.

Após identificar 20 adolescentes – 18 dos quais foram ouvidos e outros dois não procuraram a polícia – a delegada indiciou Jeferson por favorecimento da prostituição, estupro de vulnerável (por fazer sexo com um garoto menor de 14 anos), falsificação de documento (ele confessou ter falsificado um exame para comprovar que não tinha doença sexualmente transmissível), perigo de contágio de moléstia grave por fazer sexo com os adolescentes sem uso de preservativo mesmo sabendo ser portador do vírus HIV e por armazenar e distribuir material de conteúdo pornográfico envolvendo menor de idade – crime de pedofilia previsto no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Preso há uma semana na Phac (Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorin Costa), Jeferson pode pegar no mínimo 20 anos de prisão se for condenado por todos os crimes. “A pena pode ser ainda maior, porque o crime de contágio de moléstia pode ter feito mais vítimas que ainda não foram identificadas”, afirmou a policial.

Jeferson contou que além dos garotos saía também com homens adultos, alguns casados, que ele conhecia através do Facebook. O servidor mantinha dois perfis na rede social, um com nome verdadeiro e outro com o nome de Jéssika Alessandra, para atrair os adolescentes.

A polícia ouviu o depoimento da diretora de uma escola estadual de Dourados, onde Jeferson trabalhou por um curto período em 2009, como professor substituto. A diretora confirmou a história contada por um ex-aluno do servidor, de que Jeferson teria assediado o garoto.

A mãe do menino chegou a imprimir as conversas que o servidor teve com o aluno através do Messenger e levou ao conhecimento da direção da escola. Ela alegou que ficou sabendo quando Jeferson não estava mais trabalhando na escola. Por causa desse episódio, ele não foi mais chamado para trabalhar na escola.

Também foi ouvida a mãe de Jeferson, que mora com ele na casa localizada no Jardim Água Boa. Ela negou ter conhecimento que o filho levava garotos para o local, mas confirmou saber que Jeferson era homossexual. O servidor contou que levava os adolescentes para os fundos da residência sempre tarde da noite, quando a mãe já estava dormindo.

Mesmo com a conclusão do inquérito a polícia mantém as investigações através de um procedimento suplementar, pois ainda aguarda os laudos do computador apreendido na casa de Jeferson Porto da Silva. Através dessas informações a delegada Marina espera identificar outros garotos. “Se alguém quiser procurar a delegacia para prestar depoimento isso ainda é possível, basta nos procurar”, afirmou ela ao Campo Grande News nesta sexta-feira.

O caso - funcionário público municipal concursado como técnico administrativo, Jeferson Porto da Silva foi preso no dia 19 de outubro após dois meses de investigação. a mãe de um dos garotos aliciado pelo servidor descobriu a história e procurou a polícia. Ele é suspeito de aliciar pelo menos 200 adolescentes em Dourados.

Com prisão preventiva decretada pelo juiz César de Souza Lima, Jeferson manteve relações sexuais com vários adolescentes sem uso de camisinha, mesmo sabendo ser portador do vírus da Aids. Ele afirmou que os garotos não faziam questão de usar e alguns até pediam para dispensar o preservativo. Dois garotos fizeram exame de sangue voluntariamente e o resultado deu negativo. Todos os ouvidos confirmam terem recebido dinheiro de Jeferson, que pagava de R$ 30 a R$ 50 a cada encontro.

A advogada do servidor, Sebastiana Roque Ribeiro, afirmou que seu cliente está em tratamento médico ambulatorial por ter, segundo ela, sofrido abuso sexual na infância “e desde então se submete a rigoroso tratamento clínico-psicológico”. Ela contesta as acusações feitas pela polícia e considera “frágeis” as provas contra seu cliente.

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