Preso com droga entre erva-mate nega crime e diz que só “namorava” no local
Justiça converteu em preventiva a prisão dos três suspeitos detidos com 230 kg de cocaína
A Justiça de Mato Grosso do Sul converteu em prisão preventiva as detenções do empresário José Edson Peres Campagnoli, da esposa dele, Wanderlea da Silva Espíndola, e do militar da reserva Hugo César Ferreira, flagrados no domingo (18) com 230 quilos de cocaína escondidos entre fardos de erva-mate em Dourados, município a 251 quilômetros de Campo Grande.
Na audiência de custódia realizada hoje (19), os três prestaram depoimento. O empresário e a mulher apresentaram versão semelhante: disseram que foram a Dourados a passeio, passaram pela sede de um motoclube perto da churrascaria onde ocorreu a abordagem, mas como o local estava fechado, estacionaram “para namorar”. Negaram envolvimento com o carregamento de droga e disseram não conhecer o condutor do caminhão.
Já Hugo César afirmou que foi contratado em Ponta Porã por R$ 5 mil por um homem identificado como Pedro Salvador para transportar a droga até Dourados. Disse que, ao chegar ao restaurante, deveria apenas avisar que havia chegado ao ponto de entrega. Segundo ele, aceitou o serviço por enfrentar dificuldades financeiras por causa de problemas de saúde da esposa e afirmou que a transportadora para a qual trabalha não tem qualquer ligação com o crime.
A PRF (Polícia Rodoviária Federal) encontrou a droga no domingo durante a Operação Frete Ouro Branco. O caminhão transportava carga de erva-mate e foi parado na base da rodovia federal BR-163. Após suspeita, os policiais revistaram o compartimento de carga e localizaram os tabletes de cocaína sob os fardos.
A entrega seria feita em um restaurante na saída para Ponta Porã. Quando o veículo chegou ao local, os agentes flagraram o momento em que uma Parati se aproximava para buscar os entorpecentes. O condutor tentou fugir, mas foi alcançado e preso. Era o empresário José Edson, morador em Itaporã, que estava acompanhado da esposa.
Durante a audiência, o juiz Pedro Henrique Freitas de Paula considerou a quantidade da droga, a forma como foi camuflada e o uso de contato oculto como indícios de atuação estruturada. “Tal circunstância afasta, à primeira vista, qualquer alegação de tráfico eventual ou de menor gravidade e revela fortes indícios de atuação em organização criminosa dedicada ao tráfico em larga escala”, escreveu o magistrado.
A decisão ainda destacou o histórico de Campagnoli, que já havia sido preso duas vezes por tráfico, e a tentativa de fuga durante a abordagem como motivos adicionais para a manutenção da prisão. A defesa chegou a pedir a substituição da prisão de Wanderlea por domiciliar, alegando que ela é mãe de criança menor de 12 anos, mas o pedido foi negado por ausência de documento comprobatório.
Por fim, o peso final da cocaína, segundo laudo, foi de 230,1 quilos.
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