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Interior

Produtores querem isenção de ICMS para receber mais pela mandioca

Caroline Maldonado | 09/04/2015 09:38
Produtores continuam com protesto no  trevo da BR-376 e MS-141, em Ivinhema (Foto: Divulgação)
Produtores continuam com protesto no trevo da BR-376 e MS-141, em Ivinhema (Foto: Divulgação)

Produtores que, há dez dias, iniciaram protesto para aumento do preço mínimo da mandioca querem apoio do Governo do Estado. Em reunião ontem (8), em Campo Grande, representantes de agricultores de Ivinhema, a 282 quilômetros de Campo Grande, e região pediram a isenção de um imposto para que as fecularias possam pagar mais pela mandioca.

As fecularias pagam, atualmente, R$ 0,28 centavos pelo grama da mandioca. Os produtores querem R$ 0,50. Mas com o protesto, que permanece no trevo da BR-376 e MS-141, conseguiram negociar o grama a R$ 0,35 com apenas três das fecularias de Mato Grosso do Sul. Esse é o mesmo acordo feito entre fornecedores e indústrias do Estado do Paraná, onde também houve mobilização.

O valor, no entanto, não é suficiente para os produtores daqui, segundo o produtor Roberval Espoladori. “São três fecularias pagando R$ 0,35. A Yamakawa de Nova Andradina, a Pantanal de Ivinhema e outra de Ponta Porã. Entramos em contato com as outras, mas elas não negociaram, então o produtor não está fornecendo e não vai fornecer”, disse Roberval, ao lembrar que os agricultores continuam a mobilização para impedir negociações a custo inferior.

A proposta de isenção do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), por seis messes, foi feita ontem ao Governo do Estado pelos deputados estaduais Renato Câmara e João Grandão, que se reuniram com os produtores, representantes da superintendência do Banco do Brasil, Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e Delegacia do Desenvolvimento Agrário do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário).

Farinha – Outra reivindicação do setor é o aumento de recursos para a AGF (Aquisição do Governo Federal) para compra de farinha de mandioca, pois muitas farinheiras deixaram de operar há mais de um ano. Isso, porque o preço para venda da saca de 50 quilos estava em torno de R$ 37, valor que não paga os custos de produção, de acordo com o produtor de Ivinhema, Lucivaldo Freitas Del Grande.

“Esse valor não compensa para a farinheira, deveria estar entre R$ 45 e 50. Com recurso da AGF, a Conab pode comprar essa farinha, porque a produção é grande em MS, mas fica tudo na mão das fecularias”, comentou Lucivaldo. Segundo ele, somente em Ivinhema há sete farinheiras desativadas e, por isso, os produtores não têm alternativa, senão vender a mandioca para as fecularias.

Conforme os produtores, no ano passado, a Conab comprou apenas 46 toneladas de farinha em todo o Brasil. A quantia, segundo Lucivaldo, equivale a uma carreta com o produto. “Com a isenção do ICMS, já reduziria o custo que a indústria repassa para a gente e MS ganharia mercado, mas a longo precisamos que a Conab faça um novo cálculo de preço mínimo da farinha e compre dos produtores”, disse, referindo-se aos leilões de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural).

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