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Interior

Réu é condenado a 8 anos em caso de estupros acobertados por matriarca

Após 1ª denúncia, polícia descobriu série de estupros cometidos pelos homens da família

Silvia Frias | 29/04/2022 09:11
Em agosto de 2021, a Polícia Civil desencadeou a Operação Sodoma e Gomorra. (Foto: Arquivo)
Em agosto de 2021, a Polícia Civil desencadeou a Operação Sodoma e Gomorra. (Foto: Arquivo)

Homem de 28 anos foi condenado a 8 anos de prisão, em regime semiaberto, pelo estupro da prima, menina que tinha entre 9 e 10 anos à época do crime. A Polícia Civil descobriu outros abusos cometidos contra as mulheres da família, tudo acobertado pela matriarca.

A condenação foi dada ontem (28) pela 2ª Vara Criminal de Três Lagoas e publicada nesta sexta-feira no Diário da Justiça. O homem também foi sentenciado a pagar R$ 20 mil por reparação de danos à vítima.

Segundo a investigação policial, os estupros aconteciam no loteamento Cinturão Verde, em Três Lagoas, a 327 quilômetros de Campo Grande.

A denúncia inicial foi feita no dia 22 de junho de 2021, quando a mãe da garota foi à Delegacia da Mulher e registrou boletim de ocorrência denunciado o sobrinho pelo estupro. O crime aconteceu entre os anos de 2013 e 2014, quando a menina tinha entre 9 e 10 anos. Hoje, ela está com 18 anos.

Na época do crime, o réu tinha 18 anos e tinha ido à escola para buscar as crianças da família. Deixou quase todas em suas casas, menos a prima que tinha 9 anos.

O rapaz tentou abusar da prima, mas a garota começou a gritar e conseguiu fugir para a escola e, depois, contou tudo o que acontecia aos pais. Quando voltaram para o loteamento, o suspeito já havia fugido. Quase oito anos depois, o caso chegou à Polícia Civil, pela denúncia da mãe da vítima.

Em família - A investigação iniciada em 2021 apurou que os abusos sexuais eram cometidos contra várias crianças, adolescentes e mulheres da família. Os crimes eram de conhecimento da matriarca, que encobria a violência.

A mulher de 77 anos morava no Cinturão Verde, onde os filhos, noras e netos também fixaram residência. Dormiam em quartos separados, mas refeições e demais necessidades eram feitas na casa da matriarca.

Naquela época, quando a equipe foi até a residência da menina, foi tratada com hostilidade e parentes disseram que ela seduziu o primo.

A polícia suspeitou que algo anormal acontecia na casa, por conta do temor das moradoras em prestarem esclarecimentos.

A matriarca exercia controle total sobre a família e as mulheres (noras e netas) a temiam, sendo submissas. Os homens tinham passagens por crimes graves. A avó, ao saber que o denunciado havia estuprado a menina, neta dela, ainda tentou fazer com que os dois se casassem.

Durante as investigações, chegou ao conhecimento da polícia que outras mulheres que residiam no mesmo local tinham sido estupradas por outros membros da família.

Em agosto de 2021, a Polícia Civil desencadeou a Operação Sodoma e Gomorra e prendeu quatro homens, acusados do estupro de sobrinhas e primas.

Agora, em abril de 2022, foi dada a condenação a um dos acusados. Ainda há outros processos em tramitação contra abusos cometidos pelos outros réus.

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