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Sem direito a vantagens, mão de obra do alojamento da Arauco segue parada

Local vai abrigar até 14 mil trabalhadores durante construção da fábrica de celulose da empresa em Inocência

Por Cassia Modena | 05/06/2025 09:25
Sem direito a vantagens, mão de obra do alojamento da Arauco segue parada
Contratados de empreiteira parados no local onde alojamentos são construídos (Foto: Divulgação/Fetricom)

Trabalhadores da obra do alojamento que chegará a abrigar até 14 mil pessoas no pico da construção da fábrica de celulose da Arauco, em Inocência, seguem parados na manhã desta quinta-feira (5).

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Trabalhadores da construção do alojamento da fábrica de celulose da Arauco, em Inocência, continuam paralisados devido ao descumprimento de acordos trabalhistas. Cerca de 250 funcionários, contratados pela empreiteira Opus Construtech, reclamam de pagamentos de horas extras abaixo do combinado e atrasos nos reembolsos de despesas. O acordo previa intervalos de folga a cada 60 dias, mas a empresa está aplicando pausas a cada 90 dias. A Fetricom-MS, que representa os trabalhadores, afirma que a Opus assinou um compromisso para regularizar os pagamentos e cumprir o acordo coletivo. No entanto, as obras não foram retomadas. Enquanto isso, há disputa entre a Fetricom e o SINTIESPAV-MS sobre quem deve mediar a crise. A Arauco e a Opus ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o caso.

São cerca de 250 pessoas contratadas pela empreiteira mineira Opus Construtech, a maioria vinda de estados do Nordeste.

Segundo informações da Fetricom-MS (Federação dos Trabalhadores da Indústria da Construção e da Madeira de Mato Grosso do Sul), os funcionários se rebelam contra o descumprimento das vantagens previstas no acordo coletivo de trabalho firmado entre a Arauco e a Opus, que também vale para todas as empresas terceirizadas para tocar as etapas da construção da planta industrial.

Eles estão insatisfeitos, principalmente, com a hora extra valendo 50% a mais que a hora normal de trabalho e não 70%, como diz o acordo coletivo, além de atrasos de até 90 dias nos reembolsos de despesas com a folga de campo – quando o trabalhador tem o direito de voltar para casa e passar um tempo prolongado com a família. Outra insatisfação é com os intervalos até essa pausa: o acordado garante direito a ela a cada 60 dias trabalhados e não 90 dias, como a Opus está conduzindo.

As pautas são essas de acordo com o presidente da Fetricom, José Abelha, que participou de negociações no canteiro de obras do alojamento ontem (6).

Briga entre federação e sindicato - Enquanto os trabalhadores estão de braços cruzados, Fetricom e SINTIESPAV-MS (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil Pesada do Bolsão Sul- Matogrossense) disputam a mediação da crise com mão de obra da Opus.

A reportagem tentou ouvir o lado do sindicato, mas não conseguiu contato com o presidente, Nivaldo da Silva Moreira, até o fechamento desta matéria. Ao jornal Perfil News, de Três Lagoas, ele declarou que a entidade é a única que tem competência para fazer as negociações.

Conforme Abelha, a Fetricom tem legitimidade para representá-los diante da empresa e, inclusive, já conseguiu convencê-la a cumprir o acordo coletivo.

Ata e reunião - O presidente da Federação afirmou que a Opus assinou ata se comprometendo a pagar valores atrasados aos trabalhadores, ainda ontem, e seguir o que determina o acordo coletivo com a Arauco.

Sem direito a vantagens, mão de obra do alojamento da Arauco segue parada
Reunião entre representantes da federação e empreiteira, com assinatura de ata (Foto: Divulgação/Fetricom-MS)

No entanto, as obras do alojamento não foram retomadas pela manhã. Ainda segundo o jornal Perfil News, a SINTIESPAV-MS se reúne com trabalhadores nesta manhã para definir os próximos passos do movimento.

O Campo Grande News questionou a assessoria de imprensa da Arauco sobre o caso, mas ainda não recebeu respostas. A Opus também foi contatada e não retornou.

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