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Interior

Sindicato protesta após fuga e cobra melhorias em delegacias de MS

Elci Holsback | 16/08/2016 12:56
Delegacia não receberá mais presos (Foto: Sinpol/MS)
Delegacia não receberá mais presos (Foto: Sinpol/MS)
Dependências da delegacia ficaram danificadas (Foto: Sinpol/MS)
Dependências da delegacia ficaram danificadas (Foto: Sinpol/MS)

Uma semana após o arrombamento da delegacia de Miranda - a 201 km de Campo Grande, que resultou na fuga de 11 detentos na terça-feira (9), o Sinpol MS (Sindicato dos Policiais Civis de MS) realizou uma manifestação hoje, para chamar a atenção às condições da cadeia.

Segundo o presidente da entidade, Gian Carlos Miranda, a falta de efetivo e a quantidade de detentos é um risco à classe policial e toda a população, principalmente pelo fato de que, de acordo com o sindicalista, a delegacia não tinha qualquer condição de comportar 30 detentos e mais 20 do regime semi-aberto, contando apenas com seis policiais na cidade.

"No momento os policiais estão sob risco, Miranda é corredor do tráfico e contrabando e, enquanto os agentes poderiam estar realizando investigações, lidavam com detentos. Delegacia não é cadeia", destaca Miranda que afirma ainda que para atuar no município, a Polícia Civil precisa de efetivo de pelo menos 15 agentes.

O sindicalista reforça ainda que, desde a fuga da última semana, nenhuma medida foi tomada pela recuperação da delegacia, que ainda comporta cinco detentos. "Já solicitamos a interdição do Judiciário, mas até o momento, ninguém se manifestou. Há anos o sindicato denuncia a situação precária do local e não queremos que a população seja refém ou um policial morra diante dessa insegurança", revela.

Outro lado - O presidente da Agepen (Agência Estadual do Sistema Penitenciário) Ailton Storpa, destaca que a reivindicação dos policiais deve ser atendida, a partir do momento que o órgão assuma as delegacias, no que diz respeito ao contato com os detentos. "Esse problema será resolvido, de acordo com as possibilidades. Um ofício datado de 25 de julho deste ano foi encaminhado pela Agepen à Secretaria Estadual de Justiça para tratar destes trâmites. Há um cronograma de trabalho, que depende de uma série da fatores, como a posse de novos servidores e adequação estrutural", avalia Storpa. 

A partir de hoje, a unidade não receberá mais nenhum detento e, segundo Gian Carlos Miranda, durante todo o dia de hoje haverá manifesto na cidade, com o objetivo de apresentar o cenário da insegurança à população e sensibilizar o Poder Público sobre a questão. "O Ministério Público e o Judiciário precisam intervir e por isso é necessária uma postura mais radical. Os policiais ficarão na porta da delegacia, em tendas, até que a situação seja resolvida", garante.

Arrombamento e fuga - Na madrugada da última terça-feira, cerca de 30 presos arrombaram os cadeados das celas, 11 fugiram. Houve destruição do patrimônio, com arrombamento da porta do cartório criminal, dois armários e ainda dois alojamentos foram destruídos. Os detentos tentaram também arrombar a porta do depósito externo, onde são guardados entorpecentes apreendidos. 

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