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Interior

UFGD divulga nota repudiando ato racista contra professor da universidade

Professor da universidade foi agredido verbalmente e fisicamente em fila de mercado atacadista

Gabrielle Tavares | 04/08/2022 17:19
Sede da UFGD em Dourados. (Foto: Divulgação/UFGD)
Sede da UFGD em Dourados. (Foto: Divulgação/UFGD)

A UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) divulgou uma manifestação de apoio irrestrito ao professor visitante da instituição que foi vítima de injúria racial em um mercado de Dourados, a 233 km de Campo Grande, na quarta-feira (3).

Sikiru Olaitan Balogun, 48, de origem nigeriana, foi chamado de “preto” e agredido fisicamente na fila do mercado atacadista por Jaime da Rui, 61.

A proposição foi feita pelo reitor da universidade, Jones Dari Goettert, e aprovada durante reunião do conselho da UFGD, formado por professores, técnicos administrativos e estudantes.

O documento também repudia todas as formas de preconceito, discriminação, racismo contra diversas condições étnico-raciais, “sobretudo negras e negros e indígenas, no Brasil e em outros países”.

Além do pronunciamento oficial da universidade, outros núcleos também se manifestaram.  O NEAB (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros) apontou que o racismo como prática afeta a vida de milhares de negros e negras e, isso é profundamente lamentável, cruel e desumano.

“Atos como estes ferem a nossa dignidade humana, faz perceber que o racismo é uma estrutura que opera em todas as esferas da sociedade brasileira, sejam elas, atitudes individuais ou coletivas, por vezes, naturalizadas no cotidiano como aceitáveis”, diz nota assinada pela coordenadora do NEAB, Claudia Cristina Ferreira Carvalho.

A FCS (Faculdade de Ciências da Saúde da UFGD) ressaltou que é inadmissível que no Brasil, país cuja maioria da população é autodeclarada negra, ainda tenha que conviver com racismo que humilha as pessoas negras cotidianamente.

“Esperamos que esse fato seja investigado por todos os órgãos competentes e que os responsáveis por essa atitude criminosa sejam responsabilizados na forma da lei”, enfatizou a FCS, em nota.

O caso - A confusão começou quando Sikiru Olaitan Balogun, que é doutor em química, professor da UFGD e naturalizado brasileiro, fazia compras com a mulher, de 43 anos, e o filho do casal, de 6. O mercado atacadista fica localizado na Avenida Marcelino Pires, na saída para Campo Grande.

Sikiru disse à polícia que pediu ao filho para ficar na fila ao lado de um carrinho que ele acreditava ser o seu enquanto pesava as frutas. Quando voltou para a fila, o menino contou ao pai que tinha sido agredido por uma mulher que o acusou de tentar roubar o carrinho de compras dela.

A mulher, de 62 anos, é esposa de Jaime da Rui. Ele foi autuado em flagrante por vias de fato e injúria racial, mas pagou fiança de um salário mínimo e foi solto ainda ontem. Já a mulher foi apenas arrolada como testemunha na Polícia Civil.

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