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Interior

Vereadores e prefeitura temem caos com a falência da usina de Bumlai

Representantes dos trabalhadores se reuniram com vereadores hoje, mas administrador judicial garante que não haverá demissões

Helio de Freitas, de Dourados | 09/06/2017 12:41
Vereadores reunidos com trabalhadores da Usina São Fernando; falência pegou cidade de surpresa (Foto: Éder Gonçalves/Divulgação)
Vereadores reunidos com trabalhadores da Usina São Fernando; falência pegou cidade de surpresa (Foto: Éder Gonçalves/Divulgação)

A falência da Usina São Fernando, decretada ontem (8) pela Justiça estadual, pegou de surpresa os representantes políticos de Dourados, a 233 km de Campo Grande. Vereadores e representantes da prefeitura afirmam temer um caos para a economia local se a usina fechar as portas.

De propriedade da família do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula e condenado na Operação Lava Jato, a indústria de álcool e açúcar é um dos principais empregadores da maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul. São pelo menos quatro mil funcionários diretos e indiretos.

Na manhã de hoje (9) na Câmara Municipal, filiados ao Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Açúcar, Etanol e Bioenergia de Dourados se reuniram com vereadores e com representantes da prefeitura para traçar estratégias e evitar o fechamento da usina, embora essa possibilidade tenha sido afastada na sentença do juiz da 5ª Vara Cível, Jonas Hass Silva Junior.

Um “caos social” para o município foi a principal frase citada na reunião. A presidente da Câmara, Daniela Hall (PSD), manifestou apoio aos trabalhadores e disse que foi surpreendida com o decreto de falência. “Vamos tentar sensibilizar mais autoridades, para unir forças”.

O presidente do sindicato, Donizeti Aparecido Martins, disse que além do desemprego de pelo menos quatro mil pessoas, o fechamento da usina causaria perda de R$ 10 milhões em ICMS, arrecadados mensalmente.

“Dourados, os fornecedores e os trabalhadores serão afetados. Ou seja, a quantidade de pessoas prejudicadas será grande, por isso precisamos tentar reverter isso”, afirmou o vereador Braz Melo (PSC), presidente Comissão de Indústria, Comércio e Turismo da Câmara, que disse ter ficado “assustado” com a o decreto de falência.

Caos - A secretária municipal de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Rose Anne Vieira, citou a força da usina para a economia da cidade. “Temos que fazer algo para minimizar as consequências e tentar blindar o nosso município de um caos”.

A presidente da Câmara disse que a falência pode ser revertida, caso as autoridades políticas e empresas de Dourados unam forças. “Temos um longo caminho para percorrer”, afirmou Daniela, que colocou o Legislativo à disposição para mediar a situação.

“Como a decisão cabe recurso, vamos aguardar, mas estamos à disposição do sindicato. Vamos estreitar laços e tentar mediar esse conflito”, disse a presidente.

Ao Campo Grande News, o adminitrador judicial nomeado pelo juiz para conduzir o processo de falência, disse hoje que não haverá demissões de trabalhadores da São Fernando. Na setença, o juiz Jonas Hass determinou o afastamento dos dois filhos de Bumlai da administração e afirmou que a manutenção dos ocupantes de cargos de diretoria caberá ao administrador judicial.

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