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Cidades

Interrogatório de acusado de matar Dudu dura 16 minutos

Redação | 31/03/2010 08:48

Durou apenas 16 minutos o interrogatório do homem acusado da morte do menino Luiz Eduardo Martins Gonçalves, o Dudu, assassinado com crueldade em dezembro de 2007. José Aparecido Bispo da Silva, que está sendo julgado nesta manhã, no Fórum de Campo Grande, respondeu perguntas do juiz Aluísio Pereira dos Santos e do advogado de defesa, José Roberto da Rosa.

O promotor responsável pela acusação, Douglas Santos, absteve-se de fazer questionamentos. "Não tenho nada a ver com isso", respondeu Cido quando perguntado sobre as pessoas que testemunharam contra ele, todas vizinhas do bairro Jardim das Hortênsias, onde Dudu, Cido e os pais do garoto moravam quando ele desapareceu.

Cido afirmou que as testemunhas de acusação, oito ao todo, deveriam ter "consciência" do que estão fazendo com ele.

Ao ser indagado pelo juiz sobre o relacionamento com Dudu, usou a expressão "mais ou menos" para definir. "A gente discutia de vez em quando, por isso não era totalmente bom", afirmou.

Magia negra?- O magistrado perguntou também a Cido se ele tem algum envolvimento com sarava, macumba, ou alguma religião do tipo, em razão da acusação de que os restos mortais de Dudu tenham sido usados para rituais de magia negra.

Cido negou e disse que não tem religião, mas "acredito em Deus".

Ele também foi perguntado sobre o relacionamento com a mãe de Dudu, Eliane Martins, com quem morou durante 8 anos, parte deles em convivência com o garoto. Disse que a separação dos dois foi porque ele quis, e que nunca tentou reatar o relacionamento.

Ao afirmar isso, a reação da mãe foi de desaprovação. A tese da acusação é de que Cido pagou um jovem e três adolescentes para matar Dudu por vingança à mãe, que não queria reatar o relacionamento.

Na sua vez, o advogado de defesa perguntou se Cido e Eliane mantiveram contato depois que o menino desapareceu e ele confirmou que sim, dizendo que por várias vezes ela esteve em sua casa.

Cido disse que soube do desaparecimento de Dudu no mesmo dia, pela mãe, confirmou que no dia seguinte almoçou com ela e que ela reclamou que o garoto estava chegando tarde, "de madrugada", em casa. Segundo ele, aconselhou a mãe a procurar a polícia, mas, conforme sua versão, ela considerou não ser necessário.

Ele negou ter contato mais próximo com Holly Lee de Souza, também acusado do crime, e com os outros três adolescentes que já receberam pena pelo crime. "Conhecia de vista", afirmou.

Sobre o dia do crime, Cido disse que ficou em casa até as 20h, e que depois disso foi a uma lanchonete da região, onde ficou até meia-noite. Dudu desapareceu por volta das 22h30.

O promotor disse que não fez perguntas a José Aparecido Bispo da Silva por considerar que ele não tem "voluntariedade" para dizer a verdade sobre o caso. O promotor considera que as provas testemunhais durante o processo são fortes o suficiente para garantir a condenação de Cido.

Ele defende uma pena de 43 anos, por homicídio triplamente qualificado e ocultação e destruição de cadáver.

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