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Cidades

Investigação do MPE flagra negociação de presos do PCC em MS

Graziela Rezende | 15/10/2013 12:58

Investigação do MPE (Ministério Público Estadual), que durou três anos conforme a Rede Globo, divulgou trechos inéditos de escutas telefônicas e que apontam exatamente como facções criminosas agem dentro e fora dos presídios de São Paulo, negociando armas e drogas no Paraguai e na Bolívia. Eles contam com bandidos em diversos estados, incluindo Mato Grosso do Sul.

Com autorização da Justiça, as conversas apontam que o bando negociava armas e drogas no Paraguai e na Bolívia, de dentro da penitenciária de segurança máxima de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo. As negociações eram comandadas por Marco Herbas Camacho, o Marcola, que contava com o apoio de bandidos soltos e que residiam em cidades fronteiriças.

Em uma das gravações no município de Guarulhos (SP), um dos comparsas de Marcola, conhecido como Tio Pec, repassa ordens a um criminoso em liberdade, de nome Renato. Na ligação, ele pede “atenção redobrada” na fronteira, pedindo inclusive “reforço” em Cacéres (MT), que faz divisa com a Bolívia, além de Corumbá, a 419 quilômetros da Capital.

Além das ligações, as investigações ainda apontaram que o preso Tio Pec também trocou e-mails com um criminoso identificado como Augusto, que vive na Bolívia. Ele cita um intervalo de 10 dias nas “atividades” por conta de uma operação no exército boliviano.

Dias depois, o órgão também flagrou o mesmo preso negociando com outro fornecedor no Paraguai. Da mesma maneira, a “encomenda” era para Marcola, que incluía cocaína. O dinheiro para os 50 quilos do entorpecente seria pago à vista, momento em que o comparsa disse que enviaria o dobro para ele.

Tal quadrilha, identificado como o PCC (Primeiro Comando da Capital), age dentro e fora dos presídios paulistas, além de ser considerada a maior do país. Ela foi originada na década de 90, com dinheiro proveniente do tráfico de drogas. Recentemente ainda foi descoberto que o bando, fora do país, utilizava até avião para manter os negócios ilegais.

Durante a conversa, o preso Tio Pec dizia fazer uso do avião para ir de uma fazenda no Paraguai até a Bolívia. Ele cita a rota, começando de ônibus em Ponta Porã, a 323 quilômetros da Capital, até Pedro Juan, no Paraguai. De lá, ele se dirigia até uma fazenda e em seguida partiria para a Bolívia e países vizinhos.

Já nestas cidades, a quadrilha ainda negociava a compra de armas, como fuzis, carregadores e pistolas. “Aqui tem 91 "f", 310 "p" mais 40 "p" lá”, falam.

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