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Cidades

Lei da oferta e procura mostra disparidades em concurso

Redação | 07/02/2010 11:00

Cargos com disputas ferozes, outros com candidatos com vagas garantidas pela falta de concorrência. O concurso da prefeitura de Campo Grande, cujas provas estão sendo realizadas este domingo na Capital, abre vagas para cargos na área de saúde e de educação e mostra as diferenças e deficiências que envolvem o emprego de profissionais no setor público.

Enquanto 68 candidatos disputam uma única vaga para o cargo de fonoaudiólogo, apenas 14 médicos participam da seleção para uma das seis vagas na pediatria, concorrência de 2,33 candidatos por vaga. Essa é uma das disparidades que a lei da "oferta e da procura" no setor de concursos proporciona.

A concorrência também mais feroz, por exemplo, está nos cargos de psicologia: 422 candidatos disputam míseras 3 vagas no quadro da prefeitura, mais de 140 candidatos por vaga. Na terapia ocupacional, também acontece o fenômeno. São 94 profissionais disputando duas vagas (47 candidatos por uma colocação).

Porém, o concurso se torna bem simples para cargos da área de saúde, considerado o de maior deficiência no setor público. Para a vaga de geriatria, o único concorrente já pode se dizer aprovado, assim como os dois candidatos a endocrinologia e os dois de reumatologia, ambos para o tratamento de adultos. Na cardiologia pediátrica um dos dois candidatos vai fincar o pé no emprego público.

Porém, diferente dos médicos, muitos técnicos de enfermagem encararam um desafio duplo. São 3.233 candidatos em busca de uma das 50 colocações, média de 64 concorrentes por cada colocação. Depois de aprovados, terão de enfrentar o segundo desafio: um salário de R$ 724,90.

Já os cargos para médicos, a falta de uma disputa pelas vagas pode se justificar pelo salário, de R$ 1.847,71, menor que a média obtida em empregos da rede privada e também por ter se tornado em Campo Grande uma profissão de risco.

Profissão de risco - Somente este ano, dois casos de repercussão colocaram em lados opostos médicos e pacientes em dois Postos de Saúde da Capital. Funcionários da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida viveram momentos de pânico na noite de 21 de janeiro. Dezenas de pacientes ficaram revoltados com a demora no atendimento e decidiram invadir as salas ocupadas pelos médicos.

Cerca de 20 homens teriam participado da ocupação. Quatro médicos trabalhavam no momento e se trancaram dentro de uma das salas do posto de saúde. O atendimento à população ficou suspenso por aproximadamente uma hora.

Na última quinta-feira (3), O atendimento nos postos de saúde de Campo Grande voltou a virar caso de polícia. Reinaldo Sebastião Souza Ferreira, de 31 anos, funcionário do posto de saúde do bairro Pioneira, registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil por ameaça e desacato.

Para Taciana Simões, de 24 anos, concorrente a uma das vagas para médicos da prefeitura, apesar do salário, o concurso vale como uma garantia profissional. "Vale a pena pela estabilidade", explica. A motivação de Taciana também reside no futuro. Ela aposta em um futuro onde os salários dos médicos justifique todo o trabalho. "O salário não é dos melhores, mas pode aumentar", afirma esperançosa.

Perguntada sobre o que pode esperar no trabalho caso seja contratada e a lotação

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