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Cidades

Médica nega erro e atribui problemas ao tabagismo e conduta de paciente

Vinícius Squinelo | 16/10/2013 18:51
Empresária garante que erro médico causou mutilação no umbigo
Empresária garante que erro médico causou mutilação no umbigo

A médica Andrea Ribeiro Aleixo Gorski, acusada por uma empresária de 33 anos de erro médico, rebateu as acusações da paciente, e revelou que possíveis erros no pós-operatório e o tabagismo da empresária podem ter resultado em sequelas da cirurgia.

Em matéria publicada ontem pelo Campo Grande News, a empresária acusou a médica Andrea de erros em dois procedimentos cirúrgicos estéticos, realizados em 2009. Segundo a paciente, após uma abdominoplastia (que remove excesso de gordura e pele da barriga), ela percebeu que algo estava errado e precisou passar por outro procedimento, que foi avaliado como normal pela cirurgiã. Sete meses depois da segunda cirurgia, a paciente chegou a conclusão que foi vítima de erro médico e decidiu procurar a Justiça.

Em nota enviada ao Campo Grande News na tarde desta quarta-feira (16), por meio da advogada Célia Kikumi Hirokawa Higa, a médica Andrea rebate “ponto por ponto” as acusações da empresária.

Segundo o documento, a cirurgiã não realizou a abdominoplastia na paciente, por opção da empresária, embora a recomendação era a realização do procedimento.

“Com a recusa da paciente em realizar a abdominoplastia tradicional, foi proposta outra cirurgia em que se substituiriam as marcas de estria por tratamento que deixaria somente uma cicatriz periumbilical”, afirma a médica. Ainda segundo ela, todos os riscos foram informados à paciente, que aceitou a realização do procedimento.

Vanguarda – Sobre a técnica utilizada na paciente, conhecida como “Smith”, a médica defende que é largamente utilizada para tratamento de queimaduras, e para casos como o da empresária.

“Essa técnica pode não ser conhecida do perito, mas é de vanguarda, enfrentando, como toda cirurgia, complicadores naturais como o tipo de pele da paciente, agravamento da região afetada e alterações de microcirculação que costumam acompanhar os usuários do cigarro”, diz a nota.

Ainda segundo a médica, diferente do que foi afirmado pela paciente, a perícia não concluiu que houve erro médico, e teria confirmado, inclusive, que a paciente não realizou abdominoplastia. A advogada de Andrea ainda afirma que antes de decisão judicial, não se pode afirmar se houve ou não erro médico.

Pós-operatório – Ainda segundo a nota da médica, a paciente descumpriu procedimentos pós-operatórios. Ela não teria, por exemplo, deixado de fumar, conforme foi orientada.

Outro ponto levantada pela cirurgiã Andrea é a reutilização de cinta conhecida como “Macaquinho”, por parte da paciente, para economizar, outro ponto negativo do pós-operatório. A empresária ainda teria faltado em diversas consultas com a médica.

Todo esse conjunto de fatores, segundo a nota enviada pela médica Andrea, pode ter colaborado com as supostas sequelas indesejadas.

Por fim, a nota ressalta que a empresária passou por outros dois procedimentos com a médica, de implantação de próteses de silicone mamária e lipoaspiração, ambas com sucesso.

Visão da empresária – Insatisfeita com o tamanho da barriga, no dia 27 de novembro de 2008, a empresária, então com 28 anos, decidiu passar por uma cirurgia para diminuir o tamanho da circunferência abdominal. Em contato com a cirurgiã plástica Andrea Gorski, as duas fecharam um preço de R$ 5.250,00 pela realização da abdominoplastia.

De acordo com o advogado da paciente, Fernando Martinez Ludvig, a empresária realizou os exames cardíacos, de sangue e outros requeridos pela médica antes da cirurgia. Todos atestavam que a empresária estava saudável e poderia passar por uma intervenção plástica.

No dia 22 de janeiro de 2009 a paciente foi internada no Hospital São Julião para passar fazer a plástica. No pós-operatório, ela afirma que tomou os cuidados necessários. Mesmo assim, 15 dias após o procedimento, notou que a cicatriz que havia ficado em seu umbigo não era compatível com o resultado prometido pela médica.

Depois de passar pela segunda operação, a médica recomendou que a empresária fizesse o uso de uma cinta de alta compressão, conhecida como macaquinho, para ajudar na modelagem da cintura. No entanto, após sete meses, a paciente percebeu que o resultado não foi alcançado e decidiu recorrer a Justiça.

Resultado pericial aponta cirurgia errada – O parecer do médico César Aníbal Aguiar Benavides, que avaliou a cirurgia plástica da empresária, concluiu que a paciente foi vítima de erro médico. No documento elaborado por ele e anexado no processo, consta que Andrea não realizou uma abdominoplastia na paciente, mas sim uma técnica conhecida Smith, que é utilizada para tratamento de queimaduras.

“O resultado cicatricial do abdômen foi ruim e está até hoje com sequelas estéticas”, escreveu o médico. Para ele, percebe-se a “presença de cicatriz umbilical e pele umbilical com sinais de hipertrofia e retração cicatricial em sua porção central de forma radial e ovalada, medindo 2,5 centímetros em seu maior ponto e entre 1,6 e 3,4 centímetros de elevação”.

O perito concluiu que a área apresenta sequelas estéticas que ultrapassam os limites do umbigo. Ele considerou que a cicatriz decorreu dos procedimentos cirúrgicos realizados pela médica Andrea Gorski.

Andrea Ribeiro Aleixo Gorski – A cirurgiã plástica Andrea Gorski é graduada pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e é membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

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