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Cidades

Mesmo após fazer 27 vítimas na Capital, golpista continua em liberdade

Luana Rodrigues | 12/05/2015 14:56
Acusado de aplicar golpe se exibe tomando cerveja
Acusado de aplicar golpe se exibe tomando cerveja

Três meses após 27 vítimas denunciarem o golpe de vendas de casas populares do programa Minha Casa, Minha Vida, o principal suspeito, Cícero Vicente Lescano de Oliveira, 35 anos, continua em liberdade. Há dois meses, a polícia pediu a prisão preventiva do suspeito, mas até o momento ele não foi encontrado.

Conforme o delegado Paulo Sá da 7ª Delegacia de Polícia Civil, que investiga o caso, o inquérito foi encerrado no dia 11 de março, mesma data em que foi pedida a prisão preventiva de Oliveira. "Fizemos o pedido para garantir a aplicação da lei e com base na materialidade dos indícios que dão conta suficiente da autoria dos crimes. Além disso, existe a justificativa de que ele não tem paradeiro fixo, o que significa que pode estar aplicando golpes em outros estados neste exato momento. Cabe agora à justiça fazer as representações necessárias", esclarece.

A delegada Célia Maria Bezerra da Silva da 4ª Delegacia de Polícia Civil, onde também foi aberto um inquérito para investigar os crimes, afirma que a última informação que a polícia teve sobre Cícero era de que ele estaria em Santarém, no Pará. "Enviei uma carta precatória solicitando que a polícia do estado o abordasse, mas ele fugiu do hotel deixando uma conta enorme em aberto. Estou esperando a resposta dessa carta para dar continuidade aos procedimentos", explica.

Somente no 7º DP, Cicero foi denunciado por 16 vítimas, o prejuízo estimado é de cerca de R$ 23 mil. Já no 5º DP, 11 pessoas denunciaram o golpe no bairro Moreninhas, o estelionatário pode ter faturado R$ 28 mil, isso porque cobrou R$ 4 mil de entrada de cada vítima. Outras sete pessoas pagaram R$ 3,5 mil (R$ 500 cada) para o estelionatário na esperança de conquistar um apartamento no Residencial Leonel Brizola, na Vila São Pedro, às margens da Avenida Nasri Siufi.

Entenda o caso - Morando em hotéis, fã de pagode e frequentador das casas noturnas na Capital, Cícero Vicente Lescano de Oliveira se apresentou como Renato Vicente recorreu ao aplicativo WhatsApp para fazer as vítimas. Ele dizia que era funcionário e gerente da Caixa Econômica Federal.

Inicialmente, prometeu uma casa para quem encontrasse outras pessoas em um grupo no aplicativo que tivessem o mesmo sonho da casa própria. A farsa incluia até apresentação de uma das casas do Conjunto José Maksoud, nas Moreninhas, na saída para São Paulo. De acordo com uma das vítimas, uma auxiliar de escritório de 24 anos, ele chegou a levar uma suposta cliente ao residencial, onde abriu uma casa e apresentou os cômodos.

Deboche - Após ser descoberto, Cícero de Oliveira se apresentou com o nome verdadeiro para as vítimas. Foi criado um grupo de whatsapp, denominado como "Enganados", com todas as vítimas do criminoso, além dele próprio. Quando as vítimas começaram a cobrá-lo, Cícero passou a enviar mensagens e fotos de bens que ele diz ter comprado com o dinheiro delas. Em uma das mensagens enviadas para o grupo, o estelionatário chama as vítimas de ‘papagaios’ e ainda zomba: “Dinheiro de trouxa é trocado malandro”, escreveu.

A vítima disse ainda que Cícero os ameaçou, logo após descobrir que foi denunciado. “Ele disse que sabia onde nós morávamos, onde nós trabalhávamos e que iria nos encontrar, caso fosse preso”, contou. Já em outra mensagem, o estelionatário dizia que iria devolver todo o dinheiro depositado: “Vou devolver o dinheiro, se Deus quiser, acredite”, escreveu o criminoso.

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