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Cidades

Metade dos casos de suicídio de indígenas no Brasil ocorreram em MS

Nyelder Rodrigues | 15/09/2016 21:21

O relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – Dados de 2015, publicado pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário) nesta quinta-feira (15) em Brasília (DF), apontou que metade dos suicídios cometidos em 2015 no Brasil acontecem em Mato Grosso do Sul.

Dados da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) e Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) de Mato Grosso do Sul, usados no estudo, revelam 87 casos de suicídio no Brasil no período da pesquisa, sendo 45 deles no Estado. Em 15 anos, Mato Grosso do Sul registrou 752 suicídios de índios - a maioria guarani-kaiowá.

"Esses jovens indígenas carregam um trauma humanitário cheio de histórias contadas por seus parentes, histórias de exploração, violências, mortes, perda da dignidade, enfim, a história recente de muitos povos indígenas", explica o relatório, fazendo alusão a estudo feito pela Unicef recentemente.

Além disso, é indicado que os jovens suicidas indígenas sofrem de TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático), já que crescem em meio a histórias carregadas de traumas e presas a um presente de frustrações e impotência diante da situação enfrentada por seus povos, apesar do decorrer do tempo.

Outro dado apresentado na pesquisa se refere a morosidade da criação de terras indígenas no Brasil. Das 1.113 áreas já identificadas, 654 aguardam atos administrativos para terem seus processos demarcatórios finalizados. O número corresponde a 58,7% do total de terras existentes.

Destas 654 terras citadas com pendências administrativas, 348 ainda não tiveram nenhuma providência administrativa tomada pelos órgãos responsáveis - ou seja, 53% estão ainda na estaca zero. Em Mato Grosso do Sul, há 68 áreas assim - atrás apenas do Amazonas, com 130 terras indígenas.

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