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Cidades

Ministério suspende emissão de registro de quatro sindicatos em MS

Comissão irá reavaliar os processos. Medida foi tomada após PF descobrir fraude nas concessões

Ricardo Campos Jr. | 21/06/2018 10:45
Um dos sindicatos que tiveram o processo travado durante pente-fino representa indústrias têxteis (Foto: Fernando Antunes/arquivo)
Um dos sindicatos que tiveram o processo travado durante pente-fino representa indústrias têxteis (Foto: Fernando Antunes/arquivo)

O Ministério do Trabalho suspendeu provisoriamente a emissão de certidões de 188 sindicatos em todo o Brasil, dos quais quatro atuam em Mato Grosso do Sul. A medida tem relação com o pente fino que o órgão está fazendo depois que uma operação da Polícia Federal apontou a atuação de uma organização criminosa que fraudava a concessão dos registros.

Conforme portaria do órgão publicada no Diário Oficial da União nesta quinta-feira (21), no estado a situação envolve o Sindvestil (Sindicato das Indústrias do Vestuário, Tecelagem e Fiação de Três Lagoas), o Sinsem-Fig (Sindicato dos Servidores da Prefeitura, Câmara, Autarquia, Empresas e Fundações Municipais de Figueirão), o Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral de São Gabriel do Oeste e o Sindemed (Sindicato dos Empregados em Cooperativas de Serviços Médicos e Odontológicos do Estado de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins).

A suspensão não significa que essas entidades tenham, de fato, cometido alguma irregularidade. O processo que autorizou o registro será reavaliado por uma comissão especial composta de três servidores da Secretaria de Relações do Trabalho, vinculada à pasta em Brasília, para checar se houve realmente fraude.

Enquanto esse procedimento não terminar, os sindicatos poderão continuar atuando. Os nomes dos membros desse grupo ainda não foram definidos, diz a portaria.

Operação – A organização criminosa descoberta pela PF era formada por servidores e políticos. As certidões eram emitidas mediante o pagamento de vantagens indevidas. Os processos que faziam parte do esquema “furavam a fila”, já que por serem intermediados por políticos tinham prioridade.

Como resultado, o Ministério do Trabalho abriu uma sindicância para apurar internamente a questão.

Outro lado – O presidente do Sinsem-Fig, Ordiley Furtado Medeiros, disse ao Campo Grande News que o registro sindical da entidade foi emitido por decisão da Justiça e não fez parte do esquema ilegal apontado pela polícia.

“Demos entrada no registro em 2013 e o processo ficou quase três anos parado. Entramos com um processo e uma liminar obrigou o órgão a emitir o documento. Em nenhum momento entramos nesse esquema lá de dentro”, disse.

João Alves de Souza, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Mercadorias em Geral de São Gabriel do Oeste, afirma que há 45 dias deu entrada no processo para renovar a certidão sindical, que até agora não avançou.

Ele nega envolvimento em esquemas ilegais, já que o pedido deles está inclusive parado na fila. “Vamos esperar para ver o que vai virar.

O Sindemed, cuja sede fica em Goiânia, prometeu acionar os diretores e disse que algum representante da entidade entraria em contato com a equipe de reportagem para comentar o caso. Já o Sindivestil disse que pediria ao advogado para conversar com o Campo Grande News sobre o assunto.

Em ambos os casos, não houve retorno até a publicação desta reportagem.

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