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Cidades

Moradora do Coophasul cria blog sobre o bairro e “bota a boca no trombone”

Elverson Cardozo | 04/08/2013 08:32
Moradora do bairro há 12 anos, Rosalice encontrou na internet uma forma de comunicação alternativa. (Foto: Arquivo Pessoal)
Moradora do bairro há 12 anos, Rosalice encontrou na internet uma forma de comunicação alternativa. (Foto: Arquivo Pessoal)

Moradora do Coophasul, em Campo Grande, há mais ou menos 12 anos, Rosalice Giordano Teixeira Machado, de 47 anos, nunca se contentou com os problemas enfrentados por moradores do bairro onde reside. Por vezes, chegou a pedir ajuda da imprensa, mas, em poucas situações, diz ter sido ouvida. Cansada, ela resolveu criar, há cerca de dois anos, um blog. Hoje, na internet, a mulher “bota a boca no trombone”.

Doa a quem doer. Rosalice fala de tudo que acha errado. Na última postagem, no dia 3 de julho, o tema foi um imóvel construído na esquina de duas ruas, que está impedido a passagem de acesso a outro bairro.

O “muro da vergonha” foi outra foi outra pauta encontrada pela moradora. O obstáculo que, segundo relatos, está impedindo a visibilidade de motoristas, foi construído na esquina da Euler de Azevedo com a Cotegipe, na entrada do Coophasul.

A falta de acessibilidade também já virou assunto para as “reportagens” produzidas por Rosalice. “Nesta manhã, voltando da escola de minha filha, resolvi tirar uma foto desta calçada na Amazonas, entre a Elias Nasser e a Pedro Celestino, para mostrar minha indignação com a falta de acessibilidade”, escreveu ela, em um texto também do dia 30, onde comenta que, no local, foram colocadas manilhas, que estavam obrigando os pedestres a andar pela rua.

Moradora fotografou manilhas que ficaram na calçada. (Foto: Divulgação)
Moradora fotografou manilhas que ficaram na calçada. (Foto: Divulgação)

Apesar da denúncia, a moradora não poupou a bronca: “Antes que digam que a culpa é da atual administração, quero lembrar que há uns dois anos, todos os moradores da minha região foram notificados a adequar suas calçadas, visando melhor acessibilidade, caso contrário, seriam multados. Pelo visto, creio que as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá”.

A intenção do trabalho, diz ela, “não é só falar que o poder público não faz nada”, mas mostrar que, em algumas situações, as reivindicações também não chegam aos gestores.

A blogueira comenta isso com segurança porque tem experiência e sabe do que está falando. Rosalina é assessora parlamentar. Trabalha há 4 anos e meio no gabinete do vereador Paulo Siufi (PMDB) e vê de perto as reclamações, mas também a falta de iniciativa.

Mas ela reconhece que, por trabalhar com político e ter “contatos de peso”, o problema, muitas vezes, é visto e a solução aparece. Prova disso é a instalação de um semáforo no cruzamento da rua Cotegipe com a avenida Euller de Azevedo.

“Fizemos um abaixo-assinado primeiro. Instalaram um radar, mas os moradores acharam que não estava funcionando. Pedimos um semáforo e, no final do ano, colocaram para a gente”, contou.

Na avaliação de Rosalina, se um “morador comum” fizesse o pedido à Prefeitura, a demanda, talvez, não seria aceita. “O assessor só consegue alguma coisa porque fala em nome do vereador. Uma simples pessoa não vai conseguir. A gente tem contatos”, explicou.

Apesar das influências, a assessora, que cogita fazer faculdade de jornalismo, diz que, como blogueira, não tem compromisso político com o vereador para quem trabalha e, por isso, o que posta é a opinião pessoal, as reivindicações da comunidade. Como asessora parlamentar, no gabinete, no desempenho de sua função, é outra história, ressaltou.

“Eu consigo bastante coisas para a região, mas não sei se é exatamente porque divulgo no meu blog. Eu faço a indicação na Câmara e escrevo”, disse, ao lembrar que a ferramenta é um meio de comunicação alternativo. “Se um dia deixar de ser assessora, pelo menos tenho isso”, finalizou.

O blog de Rosalice Teixeira, leva o nome dela. A página, segundo a blogueira, tem uma média de 70 acessos diários. De seguidores, são apenas 6 internautas.

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