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Cidades

Número de mortes em rodovias cai 47% com nova lei e motorista prudente

Michel Faustino | 15/07/2015 19:38
Números mostram redução de 47% nas mortes nas rodovias federais que cortam Mato Grosso do Sul. (Foto: Marcos Ermínio)
Números mostram redução de 47% nas mortes nas rodovias federais que cortam Mato Grosso do Sul. (Foto: Marcos Ermínio)

O número de vítimas nas rodovias federais que cortam Mato Grosso do Sul caiu 47% no primeiro semestre de 2015, o que representa menos 62 mortes, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo balanço da PRF (Polícia Rodoviária Federal). A explicação para a redução, considerada extremamente positiva, seria o rigor da nova lei de trânsito, sancionada ano passado, somada a maior atenção dos motoristas nas rodovias.

Conforme os números, no primeiro semestre de 2014, foram registradas 132 mortes nas oito rodovias federais que cortam Mato Grosso do Sul. No mesmo período deste ano, o número caiu para 70, uma redução de quase 47% dos casos de óbitos.

A grande “vilã” continua sendo a malfada BR-163, conhecida como a rodovia da morte. No primeiro semestre do ano passado foram 56 mortes. Já este ano, foram 26 mortes, o que representa uma redução de pouco mais de 40%.

A redução mais significativa foi registrada na BR-060. De 25 no primeiro semestre do ano passado, caiu para oito no mesmo período deste ano.

O único registro negativo foi na BR-419, que começa na BR-163 em Rio Verde do Mato Grosso, atravessa cidades como Aquidauana e Nioaque e termina em Jardim. Este ano, houve o registro de uma morte, contra nenhuma no ano passado.

No geral, o número de acidentes registrados nas oito rodovias também caiu de 1.643 para 1.438. A grande maioria considerados leves. (Confira quadro abaixo)

Número de mortes em rodovias cai 47% com nova lei e motorista prudente
Marcos atribui redução de acidentes a rigor na fiscalização e maior atenção dos motoristas. (Foto: Marcos Ermínio)
Marcos atribui redução de acidentes a rigor na fiscalização e maior atenção dos motoristas. (Foto: Marcos Ermínio)
Marçal diz que rodovias não oferecem condições para que motoristas rodem tranquilos. (Foto: Marcos Ermínio)
Marçal diz que rodovias não oferecem condições para que motoristas rodem tranquilos. (Foto: Marcos Ermínio)

Caminhoneiro há sete anos, Marcos Crivelli, 46 anos, diz que já viu “muita coisa” nas rodovias do Estado, e acredita que esta queda no número de acidentes, principalmente de mortes, é reflexo do aumento na fiscalização e também da consciência dos motoristas. Segundo ele, o grande problema continua sendo a imprudência.

“Infelizmente, tem muita gente que acha que estrada é parque de diversão, e não é. É preciso muita atenção e cuidado por ai. A gente que está na estrada todo dia cansa de ver inúmeras barbaridades. Motorista fazendo ultrapassagem forçada em lugar proibido; excesso de velocidade e também aqueles que tomam uma e insistem em dirigir. E eu acho que tem que agir com rigor mesmo. Depois que começou a pegar esse pessoal muita gente ficou esperta. Hora que doí no bolso eles sentem”, comentou.

Já Marçal Bueno, 38 anos, diz que além da imprudência de outros motoristas, que acabam oferecendo riscos, os motoristas também precisam ficar atentos para não cair nas armadilhas das rodovias precárias.

Marçal, que trabalha com transporte de carga há 17 anos, afirma que é hoje é praticamente impossível o motorista rodar tranquilo em qualquer rodovia que corta o Estado. Ele cita o exemplo da BR-262, onde nos primeiros seis meses do ano passado morreram 23 pessoas, e este ano 14.

“A gente roda com total insegurança. Na 262, por exemplo, não tem acostamento. E como há um fluxo de caminhão muito grande é mais fácil acontecer uma tragédia. Até porque, os veículos menores, mais rápidas, querem tocar viagem, mas não tem ponto de ultrapassagem e também nem condições. O trecho aqui de Campo Grande a Ribas do Rio Parto, por exemplo, você tem que andar na mesma toada”,comentou.

Nova lei + rigor – Em novembro do ano passado, entrou em vigor lei federal que alterou 11 artigos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), elevando o valor de multas em até 900% e endurecendo as penalidades para quem causar homicídios ou lesões graves no trânsito.

A nova lei vale em todo o território nacional. Além do policiamento ostensivo nas rodovias federais e estaduais, as regras serão aplicadas por órgãos municipais de trânsito.

Dentre as medidas contidas na Lei nº 12.971, sancionada em maio deste ano, foram acatadas alterações propostas pela PRF.

As mudanças trazem aumento nos valores das multas. Um exemplo é para quem tenta ultrapassar em rodovias e força passagem entre veículos ao retornar para a faixa original. A multa passou de R$ 191,54 para R$ 1.915,40. Os acidentes por ultrapassagem, de acordo com Alexsandro, são mais frequentes nos fins de semana.

Outro foco dos novos valores de multas é inibir a prática de competições e manobras perigosas ao volante. Promover ou participar de “rachas” teve penalidade alterada de R$ 957,70 para R$ 1.915,40.

Uma característica da nova lei é fazer pesar o bolso dos reincidentes. Na maioria dos 11 artigos alterados, foi adicionado um parágrafo para determinar a aplicação do dobro da multa para quem for flagrado na mesma infração em até 12 meses. A nova lei traz também mais rigidez para algumas situações em que o condutor acaba causando mortes no trânsito.

Teste toxicológico - Dos 11 artigos alterados, apenas um não vale a partir de hoje. É o 306, que agora prevê a realização de testes toxicológicos. A prática não estava clara na legislação anterior, mas a intenção é que os exames comprovem se o condutor está sob efeito de drogas ilícitas, como a cocaína. A medida não será aplicada pois depende de uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para especificar a equivalência desse teste com o da alcoolemia.

Nova lei prevê punição maior para infratores. (Foto: Marcos Ermínio)
Nova lei prevê punição maior para infratores. (Foto: Marcos Ermínio)
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