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Cidades

Operação sigilosa transfere 54 presos e tenta isolar líderes de facções

Ação para isolar líderes de facções criminosas foi coordenada pela Agepen

Anahi Zurutuza | 08/09/2016 18:24
Presos da Capital, de Naviraí e de Dourados foram removidos, alguns para o Presídio Federal (Foto: Agepen/Divulgação)
Presos da Capital, de Naviraí e de Dourados foram removidos, alguns para o Presídio Federal (Foto: Agepen/Divulgação)

Na semana passada, integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) fizeram festa dentro do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, ordenaram ataque a um agente penitenciário de Naviraí e teriam feito ameaças a servidora que teve de deixar o Estado. Tudo isso para comemorar o aniversário de fundação da facção criminosa. Mas, nesta quinta-feira (8), em resposta “aos abusos”, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança) deflagrou megaoperação sigilosa para desarticular o crime organizado nos presídios de Mato Grosso do Sul.

Na ação para isolar lideranças das facções, 54 internos de várias penitenciárias do Estado foram transferidos para o Presídio Federal de Campo Grande ou trocados de unidade prisional. Coordenado pela Diretoria de Operações da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), o trabalho foi realizado sem chamar a atenção ao longo de todo o dia.

Para as transferências e um “pente-fino” na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), também foram mobilizados policiais civis, militares e federais, além de agentes do Depen (Departamento Penitenciário Nacional). A Sejusp fez o trabalho de inteligência.

Conforme a assessoria de imprensa da Agepen, foram transferidos detentos de unidades de Campo Grande, Naviraí e Dourados. “Os presos que identificamos como lideranças altamente negativas foram levados ao Presídio Federal”, informou Reginaldo Francisco Régis, diretor de Operações da Agepen, por meio da assessoria de comunicação e sem dar mais detalhes.

‘Pente-fino’ – O raio 2, ala B, que abriga os presos de maior periculosidade da PED de Dourados, passou por “pente-fino” pela manhã.

Foram apreendidas 61 armas artesanais, 23 celulares, dez carregadores, oito carcaças de celular, 23 peças de telefone móvel, seis baterias avulsas, além de drogas e bebida alcoólica artesanal.

A vistoria foi feita por 70 agentes penitenciários e 50 policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que atuaram na contenção dos presos para que os agentes pudessem realizar as revistas nas celas.

Os dois homens suspeitos de cometerem o atentado contra o agente penitenciário (Foto: Divulgação)
Os dois homens suspeitos de cometerem o atentado contra o agente penitenciário (Foto: Divulgação)

‘Comemorações’ - Detentos que fazem parte do PCC são vistos pelos próprios agentes penitenciários como os “donos dos presídios”. Na quarta-feira (31), integrantes da facção fizeram festa no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, o presídio de segurança máxima de Campo Grande, e divulgaram fotos e áudios da festa nas redes sociais.

Na manhã do mesmo dia, o agente penitenciário Enderson Antônio Bogas Severi, 34, sofreu atentado em Naviraí - a 366 km de Campo Grande. Dois pistoleiros teriam agido a mando do PCC, também em comemoração ao aniversário de fundação da facção, que hoje comanda presídios no Brasil, Bolívia e Paraguai.

Dois dias depois, a servidora Helaine Barros Ton, diretora do Patronato Penitenciário de Campo Grande, teria deixado o Estado, após receber ameaças de presidiário que fazem parte da organização criminosa. A informação foi dada à reportagem pelo Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul) e confirmada pela Sejusp.

Matéria alterada para acréscimo de informações.

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