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Capital

Secretário confirma que servidora fugiu de MS por medo de ser morta pelo PCC

Luana Rodrigues e Julia Kaifanny | 05/09/2016 12:17
Secretário José Carlos Barbosa falou coma imprensa durante a solenidade de comemoração aos 181 anos da Polícia Militar. (Foto: Marcos Ermínio)
Secretário José Carlos Barbosa falou coma imprensa durante a solenidade de comemoração aos 181 anos da Polícia Militar. (Foto: Marcos Ermínio)

O secretário de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, José Carlos Barbosa, confirmou na manhã desta segunda-feira (5) que a servidora do do Patronato Penitenciário Helaine Barros Ton pediu afastamento após receber ameaças de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital), na sexta-feira (02).

A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) chegou a negar a informação e disse que a servidora estava de férias, mas o secretário confirmou. Barbosa revelou, ainda, que outros servidores foram ameaçados, e que a Polícia Civil abriu inquérito para investigar os casos.

Conforme Barbosinha, a servidora havia sido ameaçada e por medida de segurança, foi decidido que ela seria afastada. “Havia indícios de que ela seria alvo, e nós não podemos permitir que o servidor corra riscos. Todas as ameaças são investigadas e quando se percebe que existe um potencial há uma ação do estado na proteção dos seus agentes. O afastamento é provisório", explicou.

Ainda conforme o secretário, o Garras ((Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos e Resgate, Assaltos e Sequestros) abriu uma investigação para identificar os criminosos e proteger os servidores ameaçados.

Questionado sobre a possibilidade de greve por parte dos agentes penitenciários, que realizam uma paralisação em todo o Estado hoje, o secretário disse que "não há essa possibilidade".

"Não existe razão para efetivação de greve, todos os esforços possíveis estão sendo realizados para melhorar as condições dos agentes penitenciários. Mas, na administração pública não existe milagre, não se faz por passe de mágica. Lamentamos profundamente que agentes tenham sido atingidos em Naviraí, mas um fato não pode servir de motivação de greve", considera.

Lista de execução – A decisão de se afastar do cargo de diretora do patronato da Capital teria vindo depois que Helaine recebeu a informação de que seu nome estaria numa lista de execução do PCC.

“Policiais interceptaram uma ligação do PCC e, nesta ligação, criminosos diziam que ela (Helaine) e uma servidora de Dourados estão na lista para morrer. Desesperada, ela deixou o Estado por alguns dias”, disse ao Campo Grande News, o presidente do Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul), André Luiz Santiago.

Procurada pela reportagem, a Agepen confirmou que a servidora está afastada, mas nega que Helaine tenha deixado o cargo temporariamente por conta de ameaças, mas assume o estado de alerta. “Ela está de férias, tirou uns dias de descanso, apenas isso. Mas nossos servidores todos estão de sobreaviso, porque existe uma preocupação nacional quanto a ameças. Três agentes sofreram atentados em todo o Brasil nos últimos dias, inclusive um daqui do estado, isso faz com que nós estejamos atentos”, disse Ailton Stropa, diretor-presidente da Agepen.

Conforme o Sinsap, as ameaças a servidores ocorrem porque existem poucos agentes para cuidar de muitos presos dentro das penitenciárias. “Um exemplo é o nosso presídio de segurança máxima, que tem 2308 detentos, o que significa um agente para cada 900 presos, quando na realidade o Conselho Nacional de Políticas Criminais e Previdenciárias, determina um agente para cada cinco detentos”, explica.

Braços cruzados – Durante toda esta segunda-feira (5) haverá redução de atividades da rotinas das cadeias de Mato Grosso do Sul. “Não vamos soltar presos para ir à escola, setor de trabalho ou atendimento psicossocial, haverá somente atendimentos essenciais como alimentação, atendimentos de saúde e banho de sol, previstos em lei”, disse.

A expectativa do sindicato é que todos os agentes penitenciários do Estado participem da paralisação que cobra mais segurança aos servidores do sistema.

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