Operário afogado no Rio Paraguai faria 45 anos hoje
Afogado na última segunda-feira, no Rio Paraguai, em Porto Murtinho (484 km de Campo Grande), o operador de máquinas Eumadan Alves de Souza completaria 45 anos nesta quarta-feira. O corpo dele ainda não foi encontrado e a família aguarda para poder se despedir.
Sempre muito alegre, Eumadan era o xodó entre os sete irmãos. "Estamos desesperados e agoniados", resume o irmão Eunatan de Souza, de 39 anos.
Ele acredita que Eumadan morreu tentando salvar a máquina que operava na restauração do dique e culpa a empreiteira Gerpav Engenharia por não ter, segundo ele, fornecido equipamentos de segurança como colete, além de deixar Eumadan trabalhando sozinho, sem a supervisão de um técnico de segurança.
"Se tivesse alguém ali, iria falar para ele sair, mas ele queria salvar a máquina", afirmou. Os dois despencaram juntos de uma altura de aproximadamente 10 metros, segundo Eunatan.
A busca tem sido feita por três mergulhadores dos bombeiros e com o apoio de quatro embarcações, duas do Corpo de Bombeiros, uma particular e uma da Marinha.
A máquina foi encontrada no mesmo dia do acidente. O tenente do Corpo de Bombeiros Paulo Costa Neto conta que o trecho onde ela foi encontrada tem 23 metros de profundidade. "Buscamos em volta e fizemos uma varredura. Agora, estamos tentando movimentar a máquina para ver se o corpo está debaixo dela", disse.
Uma equipe de Campo Grande com materiais e mergulhadores chegará ainda hoje, por volta do meio-dia, a Porto Murtinho para auxiliar nas buscas.
A empreiteira está custeando as despesas de hospedagem e alimentação da família. Mas Eunatan diz que falta empenho dela em tentar acelerar as buscas.