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Cidades

Pais de quadrigêmeas dividem barraco de dois cômodos com mais 4 crianças

Lidiane Kober | 01/09/2014 17:27
Pai das meninas, Odair trabalha com serviços gerais e não tem renda certa no final do mês (Foto: Pedro Peralta)
Pai das meninas, Odair trabalha com serviços gerais e não tem renda certa no final do mês (Foto: Pedro Peralta)

A voz mansa e tranquila passa paz e nem de longe é possível imaginar o desafio que ela tem pela frente. Mãe de 7 filhos, Denir Campos, de 37 anos, deu, na última sexta-feira (29), a luz a quadrigêmeas e, sem salário certo no final do mês, não sabe como dar roupa e alimentos aos pequenos. Com o marido e as filhas, ela mora em um barraco de dois cômodos, em um assentamento de Anastácio. Os únicos luxos são o ventilador e uma TV de 14 polegadas.

Com base em uma exame de ultrassom, realizado no sexto mês de gestação, ela ficou sabendo esperar gêmeos e se surpreendeu com quatro meninas na hora do parto normal. “Na hora não consegui pensar em nada”, comentou Demir, em entrevista por telefone ao Campo Grande News.

Horas depois, a preocupação começou a ocupar a mente. Mesmo esperando gêmeos, de enxoval, ela não tinha praticamente nada. “Só umas roupinhas”, relatou. No pequeno barraco de madeira, com várias frestas entre as taboas, lugar para berço não há.

Hoje, na casinha, vivem o casal e mais quatro filhas, de 12, 10, 7 e 4 anos. Eles dividem duas camas. Demir tem outros três filhos homens do primeiro casamento. “Eles estão casados e já me deram quatro netos”, contou.

O pai Odair Cândido, de 32 anos, trabalha com serviços gerais e não tem renda certa no final do mês. “Ele recebe por dia, faz cerca, roça e, quando chove, não consegue trabalhar”, contou a mulher. A renda é a única da família.

Para piorar a situação, nos próximos dois meses, período que as quadrigêmeas deverão permanecer na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) neo natal para ganhar peso, Odair conseguirá trabalhar pouco. “Ele vai precisar parar para a gente poder ir a Campo Grande visitar as meninas', explicou Demir.

Questionada sobre o futuro, ela prefere não pensar muito e destaca a felicidade com o fato de as filhas estarem bem. “O médico disse que elas estão bem e não correm risco de morte”, comemorou. Elas pesam entre 0,890 a 1,725 quilo.

Ação entre amigos – Para tentar ajudar a família, a equipe da Maternidade Cândido Mariano vem se mobilizando por doações. Diretor-presidente do hospital, Alfeu Duarte de Souza contou o plano de abrir uma conta bancária para arrecadar dinheiro e mudar a cara do barraco dos pais.

“Em menos de dois meses, as quadrigêmeas não vão deixar a maternidade. Vamos tentar, neste período, juntar dinheiro e mão de obra para reforçar a casa da família e dar condições de receber as crianças”, comentou.

Quem quiser ajudar o casal pode entregar sua doação na recepção da Maternidade Cândido Mariano ou entrar em contato com o projeto Bebê Feliz pelo telefone (67) 9320.7878 ou e-mail soubebefeliz@gmail.com. Já Demir pode ser localizada pelo telefone (67) 9680-1729.

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