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Cidades

Para especialistas, mortes batem recorde porque gripe foi subestimada

Lidiane Kober | 12/09/2014 18:03

Após susto em 2009, especialistas avaliam que a população baixou a guarda e acabou subestimando a gripe A. O resultado é o número de mortes recorde neste ano. Na noite de ontem, (11) o farmacêutico Valdir de Oliveira Palmieri, de 27 anos, morreu com sintomas da doença e pode ser a 28ª vítima, em Mato Grosso do Sul.

Devastadora, a gripe A surgiu em 2009 e matou 27 pessoas no Estado. Na época, não existia vacina para combatê-la e o número casos e de óbitos deixou autoridades e a população em alerta. Era comum, inclusive, ver pessoas circulando com máscaras nas ruas.

“Depois do susto, acabou os cuidados com a higiene. Em 2009, não se achava álcool para comprar, mas, com a redução dos casos de lá para cá, a maioria perdeu os hábitos de higiene, que são essenciais para ajudar a prevenir a doença”, analisou a gerente técnica de vigilância epidemiológica da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Caroline Curvo.

Ao mesmo tempo, ela avalia que muitas pessoas “subestimam” a doença. “Quando os sintomas começam a aparecer, acham que é só uma gripezinha, que não vão piorar, sendo assim, deixam de procurar ajuda e correm o risco de serem vítimas graves”, alertou. “É importante que todos saibam que há medicamento disponível em todas as unidades de saúde 24 horas da Capital”, emendou.

Na visão da médica infectologista, Andyane Tetila, não há um fato específico que justifique o número alto de mortes neste ano, apesar de, ao contrário de 2009, existir vacina. “A vacina não promove proteção de 100%, principalmente em paciente com outras doenças, como hipertensão, insuficiência cardiaca, asma, deficiência neurológica”, ponderou.

Para ela, uma explicação pode ser a evolução no diagnóstico da doença. “A rede está mais estabelecida, em 2009, não se faziam diagnósticos antes”, observou.

Ações – Sobre como a Sesau está atuando para combater o aumento dos casos, Caroline frisou que há acompanhamento constante dos pacientes internados, coletas diárias e campanhas constantes de prevenção. “As notificações estão diminuindo com a queda do frio”, garantiu.

A médica infectologista aproveitou ainda para reforçar a importância de atitudes de higiene e prevenção. “É bom evitar aglomerações, fazer a higiene das mãos com frequência e, se estiver com os sintomas, não ir trabalhar para evitar a transmissão”, aconselhou.

Ainda de acordo com Andyane, o alerta para correr em busca da medicação indicada (Tamiflu) é sinal de “falta de ar”. Segundo ela, esse é o sintoma que diferencia a gripe A de uma gripe normal. “É a síndrome da respiração aguda”, explicou.

Desde a pandemia de 2009, o número de mortes vinha caindo no Estado. Foram oito em 2010, nenhuma em 2011 e 12 mortes em 2012. No ano passado, foram 11 óbitos, o que significa aumento de 154%, em comparação a este ano.

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