Polícia Federal investiga perseguição a antropólogos
Uma câmera fotográfica digital e dois aparelhos de telefone celular, apreendidos no domingo, foram encaminhados pela Polícia Civil de Tacuru à Delegacia da Polícia Federal de Naviraí. Os equipamentos estavam com dois homens, dentro de um Fiat Uno, que teriam perseguido uma equipe de antropólogos da Funai na MS-295, na manhã de ontem.
Como a perseguição teve como vítimas servidores federais, o caso será investigado pela Polícia Federal, explicou o delegado de Tacuru, Humberto Peres Lima.Segundo boletim de ocorrência, no veículo da Funai estavam os antropólogos Paulo Sérgio Delgado e Ruth Henrique da Silva, além do motorista Eurípedes Miguel da Silva.
O grupo está em Mato Grosso do Sul para trabalho de delimitação de áreas indígenas na região sul.Por volta das 9 horas de domingo, os funcionários disseram que foram fotografados e perseguidos a 160 km por hora na estrada.
O caso foi denunciado ao DOF (Departamento de Operações de Fronteira), que abordou a dupla apontada pelos antropólogos e descobriu a câmera e os celulares, que também têm dispositivos para tiram fotos. Angenor Rejeneski, 37 anos, foi reconhecido como o motorista e Adriano Alípio da Cruz, de 27 anos, como a pessoa que fotografava o grupo da Funai. Nenhum deles foi preso, apenas o material apreendido. Em depoimento, os dois homens teriam dito que trabalhavam em fazendas da região de Iguatemi.A investigação deve começar pela perícia nas fotos, para verificar que tipo de registro foi feito da presença dos servidores na região de Tacuru.A dupla também é acusada de colocar em risco a vida dos servidores.
Hoje cedo os dois antropólogos estiveram na sede do Ministério Público Federal de Dourados, mas o motivo da visita ou o teor da conversa não foi divulgado.