PRF institui indústria da multa nas estradas
O Sinprf-MS (Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Mato Grosso do Sul) irá ingressar na próxima segunda-feira com um mandado de segurança contra a instrução normativa que obriga os policiais a cumprirem produtividade de apreensão e multas, sob pena de demissão. A decisão aconteceu em assembléia da categoria nesta noite, em Campo Grande.
Presidente sindical, Marcos Khadur argumenta que a criação de uma punição para os policiais que não cumprirem a produtividade, deixa os PRFs a mercê de serem penalizados injustamente.
"Ficamos dependendo de uma série de fatores. Para apreender drogas precisamos que passe alguém com um caminhão de drogas; para poder multar alguém, ele tem que passar acima da velocidade", exemplifica. "Quem não atingir a meta vai para a rua. O problema não é o servidor ser produtivo, é a penalidade", acrescenta.
Escala de trabalho - O sindicato também decidiu na assembléia desta quinta-feira propor duas escalas de trabalho: para o interior e para a Capital. Para Campo Grande, a escala seria de 12 horas de trabalho para 24 de descanso, seguida de outras 12 de trabalho por 72 de descanso (12-24-12-72). Já no interior, a escala ficaria de 24 horas de trabalho por 72 de descanso (24-72).
No entanto, haveria a possibilidade da solicitação por chefes da PRF do interior em usar a mesma escala da Capital. A proposta será apresentada ao Ministério do Trabalho. A intenção é assinar um TAC (termo de ajuste de conduta) para essa escala.
A PRF de Mato Grosso do Sul adotou recentemente a escala de 12-24 e 12-48, enquanto antes era de 24 horas de trabalho por 72 de descanso.
Policiais de Campo Grande lotados em cidades do interior reclamam que os novos horários dificultam o retorno deles para casa. Eles dizem passar mais tempo viajando entre a casa e o trabalho do que com a família.
