Quadrilha faz consórcio para comprar maconha em MS e revender em Goiás
Objetivo do consórcio entre traficantes era juntar dinheiro para adquirir a droga em quantidade maior e com preço de atacado
Operação da Polícia Civil desarticulou um grupo suspeito de comprar grandes quantidades de maconha na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai para revender no Estado de Goiás.
De acordo com a Polícia Civil, a quadrilha comprava a droga por meio de um consórcio entre traficantes, em Ponta Porã, e vendia no estado goiano. Ao todo, 13 mandados de prisão foram cumpridos, além da apreensão de mais de duas toneladas de droga, durante a Operação Plenus, deflagrada na manhã desta terça-feira (13).
De acordo com entrevista do delegado Vinícius Teles, titular da Denarc (Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos) ao G1/GO, o objetivo do consórcio era juntar dinheiro para adquirir a droga em quantidade maior e com preço de atacado. Segundo o investigador, a quadrilha era organizada em dois núcleos, que tinham divisões de trabalho definidas.
“Todos eles eram traficantes, que formavam este consórcio para facilitar a compra e aumentar os rendimentos. Entre eles havia o núcleo goiano, formado pela maior parte de integrantes do consórcio. O líder do grupo em Goiás reunia os recursos, negociava com um fornecedor no Mato Grosso do Sul e a maconha era trazida para Goiânia por transporte terrestre”, afirmou.
Ainda conforme o G1, a operação cumpriu 11 mandados de prisão em Goiânia, Cezarina, Indiara, um em Campo Grande e outro em Ponta Porã. As investigações começaram há 6 meses com o apoio do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da PM (Polícia Militar).
O Bope foi responsável por fazer a primeira apreensão de drogas da operação, em abril deste ano, quando um carregamento de 800kg de maconha foi identificado e apreendido no Jardim Guanabara, na região norte da capital.
A segunda apreensão foi feita em Jataí, na região sudoeste do estado, no último dia 13 de maio, quando a Polícia Civil encontrou mais de uma tonelada de maconha sendo transportada para a capital goiana.
Durante o cumprimento dos mandados, a corporação apreendeu ainda outros 700 quilos de maconha, em Ponta Porã.
Quadrilha - Segundo o G1, o núcleo da quadrilha em Goiás era comandado por José Humberto Vieira Ataíde Júnior, que negociava a compra da droga com Geraldo de Oliveira Santos, apontado como o fornecedor. Os recursos eram reunidos por José Humberto por meio de um consórcio feito com outros traficantes.
“O grupo, aqui coordenado por José Humberto, angariava um determinado valor com os traficantes e ia até o fornecedor geral em Ponta Porã, realizava o pagamento. Outro grupo era responsável pelo transporte da droga, trazia até Goiânia e outra pessoa guardava para a distribuição. Era uma organização criminosa com divisão de tarefas”, explicou o delegado.
O consórcio de traficantes, de acordo com o delegado, era composto por Emival Sales Gomes, Romes José Franco, Adalberto Alves Cordeiro, Rafael Rodrigues Lemos de Miranda, Valdeire Aires da Silva e Johnn Kennedy da Silva Filho.
As investigações apontaram Veridelber Leonardo do Nascimento como responsável pela guarda da droga em Goiânia. Já o transporte da droga para Goiás era feito, segundo a polícia, por Larry Cris Vieira de Moura, Edimar da Silva de Medeiros, Wagner de Oliveira Quadros, Matheus Reis da Silva e Uelton dos Santos Moncão. Matheus e Uelton continuam foragidos.
O delegado afirma que, apesar das apreensões acontecerem em várias cidades, o foco da quadrilha era a venda de maconha na Região Metropolitana de Goiânia. A polícia investiga se o grupo também vendia droga para outros estados.
“É possível que haja uma distribuição de droga para outros estados. Mas o que apuramos de concreto nos autos é que era Goiânia e Região Metropolitana, gerando um faturamento médio de R$ 600 mil por mês para o grupo”, revelou.