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Retrospectiva 2011

Das redes sociais ao GPS no celular, nunca a tecnologia foi tão necessária

Francisco Júnior | 29/12/2011 08:15

Em 2011, a importância dos recursos tecnológicos no cotidiano se provou ainda maior. Entre os exemplos, está o da jovem que investigou e conseguiu localizar o próprio celular furtado

Estudante investigou por conta própria o furto do aparelho e acabou recuperando celular. (Foto: João Garrigó)
Estudante investigou por conta própria o furto do aparelho e acabou recuperando celular. (Foto: João Garrigó)

Um celular é furtado em meio a uma festa de música eletrônica. A primeira reação, até tempos atrás, seria um "já era". Não foi assim com a universitária Talita Andrade, 24 anos. Ela teve o aparelho furtado durante evento de música eletrônica no Estádio Morenão, em Campo Grande, no dia primeiro de outubro deste ano, e conseguiu recuperar, por meios próprios e com a ajuda da tecnologia. O caso de Talita foi uma das notícias dadas pelo Campo Grande News este ano e que provam que os recursos tecnológicos passaram, de luxo para poucos, a parte essencial da vida de todos, desde o telefone celular até as redes sociais, fenômeno que serve para cultivar amigos, inimigos, vender produtos e até fazer campanhas solidárias.

Desde o dia em que percebeu a falta do celular, Talita fez de tudo para recuperar o aparelho: procurou a segurança do evento, registrou boletim de ocorrência, porém o caso não foi resolvido. Ao notar que sua bolsa havia sido furtada, conversou com seguranças, que disseram ter chamado a Policia. A jovem esperou por uma hora, mas nenhum policial apareceu. Ela então decidiu ir a uma delegacia para registrar ocorrência de furto.

A estudante foi ao Cepol (Centro de Polícia Especializada), mas como era fim de semana, estava fechado; depois seguiu até à Depac-Centro (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário, mas, segundo ela, os policiais de plantão logo avisaram que este tipo de ocorrência não é especialidade deles e a encaminharam para a Depac do bairro Piratininga.

Talita ficou aguardando atendimento até às 11 horas e depois de tanta espera avisou aos policiais que o celular dela tinha GPS, e por isso seria fácil localizar a pessoa que furtou. De acordo com a estudante, ninguém se interessou e até mesmo recomendaram que ela fosse embora para casa, pois domingo eles não investigavam este tipo de delito.

Após a longa peregrinação e frustrada por não ter um retorno da Polícia, a estudante resolveu ela mesma investigar para tentar conseguir ter o aparelho de volta. Ela contou com a ajuda de amigos.

Como o celular tem GPS, através do dispositivo, localizou o aparelho no bairro Nova Lima e ligou para o 190. Os atendentes avisaram que uma viatura iria se deslocar até sua residência, mas passaram-se horas e nada aconteceu. Ao ligar na Defurv (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) a resposta foi “estamos em horário de almoço”.

Ao chegar em casa, alguns policiais amigos da família decidiram ajudá-la e a orientaram para que ligasse para seu celular para marcar um encontro com quem furtou o aparelho.

Segundo a estudante, quem atendeu a ligação foi um jovem de 19 anos, que disse que só devolveria o celular se recebesse alguma quantia em dinheiro. Ela aceitou e marcou um encontro com o rapaz na avenida Ceará.

No dia e na hora combinada, Talita foi escoltada por policiais à paisana até o local e ao chegar no endereço o rapaz se deparou com os policiais.

Ele negou o furto. Disse que estava na festa fazendo a segurança do local e em uma ronda acabou encontrado o celular de Talita. Ele também disse que ela ofereceu R$ 200, como recompensa, mas diz não ter pedido nada à estudante e que de qualquer forma iria entregar, pois o aparelho não era seu. Talita e o rapaz foram encaminhados à delegacia.

Lá, o rapaz foi autuado por receptação e a incansável jornada de Talita terminou após receber seu celular de volta. Um aparelho deste modelo chega a custar cerca de R$ 3,5 mil.

Redes sociais - Não só para resolução de crimes, a tecnologia foi útil neste ano que passou. Empresários puderam expandir seus negócios. César Annunciação que o diga. Estilista e designer de bolsa, neste ano, conseguiu divulgar e vender os produtos que produz utilizando as redes sociais, como: Orkut, Facebook e Twitter. César tem uma marca de bolsas e acessórios com seu nome.

A divulgação rápida e o custo zero é o principal atrativo para quem expõe produtos e serviços neste tipo de site. No Orkut e Facebook, principais sites de relacionamentos, pode se encontrar usuários anunciando venda de móveis, carros e até promoção em salão de beleza.

Estilista encontrou nas redes sociais maneira rápida e barata de divulgar suas bolsas. (Foto: Divulgação)
Estilista encontrou nas redes sociais maneira rápida e barata de divulgar suas bolsas. (Foto: Divulgação)

O estilista César Annunciação encontrou no site de relacionamento Facebook uma maneira de divulgar para um número maior de pessoas sua marca de bolsa.

Conforme César, esse tipo de divulgação tem tudo para crescer e beneficiar quem ainda não tem condições de abrir uma loja. “Cada vez mais as pessoas utilizam essas ferramentas de relacionamento, e isso possibilita que eu venda ou divulgue minha marca para um número grande de usuários destes sites”, explicou.

Para ele, as redes sociais possibilitaram a expansão da comercialização dos produtos que cria. “Já vendi para pessoas de outras cidades. Elas olharam a foto na página e fizeram o pedido”, contou.

Veículo foi flagrado por leitor. (Foto: Divulgação)
Veículo foi flagrado por leitor. (Foto: Divulgação)

As redes sociais serviram também em 2011 para a população “puxar a orelha” das autoridades. Um fato inusitado e de mau exemplo repercutiu no Facebook. No dia 7, às 21h55, viatura da Agetran parou sobre a faixa de pedestre no cruzamento das ruas José Antônio e 15 de Novembro. A foto foi tirado por internauta, que postou na mídia social.

Veículos de emergência e de fiscalização também são obrigados a seguir normas. De acordo com o CBT (Código de Trânsito Brasileiro) estabelece que “veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias” têm prioridade no trânsito e podem circular livremente.

Outro caso que ganhou repercussão foi o caso do motociclista multado por não usar cinto de segurança. A inusitada notificação, com valor de R$ 127,69, chegou à casa do condutor neste mês de dezembro. O condutor multado divulgou a foto da notificação no Facebook. Muitos comentários foram postados.

A multa é do dia 30 de novembro e a infração teria sido cometida na esquina da avenida Eduardo Eliza Zahran com a São Vicente, em Campo Grande. A família divugou a multa no rede social Facebook.

Na época, o chefe de serviços de fiscalização da Agetran, Carlos Guarini, disse que o motociclista furou o sinal vermelho. “Houve um erro por parte do agente quanto à infração cometida”, afirma. Desta forma, foi lançado o código de outra infração de trânsito.

Por mês, a média de autuações pode chegar a seis mil. “Mas, nestes últimos três meses, com os agentes direcionados para sinalização de obras, a média diminuiu para três mil autos de infração”, diz. Ele explica, que, nestes casos, a pessoa multada deve apresentar recurso na Agetran.

Campanhas solidárias - Para a entidade Abrigo dos Bichos, o Facebook é lugar de salvar animais. Os voluntários divulgam informações sobre animais desaparecidos, sobre outros maltratados e vão formando uma corrente para que sejam bem tratados.

Da mesma forma, campanhas solidárias são turbinadas nas redes sociais, como fizeram os jornalistas Gustavo e Mariana, que realizam há mais de 5 anos o Natal Encantado, festa com presentes para crianças carentes.

A festa foi no dia 13 de dezembro. Durante a semana anterior, Gustavo e Mariana avisaram aos amigos, via Facebook, que ainda não tinham as doações necessárias.

O post foi sendo multiplicado e, no dia, houve presente e festa para mais de 130 crianças.

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