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Cidades

Sargento da PM de São Paulo integrava quadrilha presa em MS

Fabiano Arruda e Paula Vitorino | 31/03/2011 12:27

Polícia Federal desmontou bando especialista no tráfico de animais

Delegado dá detalhes da operação da PF em MS e outros dois Estados.(Foto: João Garrigó)
Delegado dá detalhes da operação da PF em MS e outros dois Estados.(Foto: João Garrigó)

A Operação Acamatanga, desencadeada nesta quinta-feira pela Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Pará, prendeu dez pessoas acusadas de integrar quadrilha especializada no tráfico de animais silvestres.

Entre os presos está Francisvaldo Figueira de Vasconcelos, conhecido como “Valdo”. Ele é sargento da Polícia Militar de São Paulo e atuava como motorista do bando. Um acusado de Mato Grosso do Sul e dois do Pará estão foragidos.

Uma das estratégias utilizadas pela quadrilha para não chamar a atenção da polícia, era fazer o transporte dos animais em um carro de luxo. Quando abordados, o sargento usava da patente para iludir e passar pelas fiscalizações.

Segundo o delegado da Delemaph (Delegacia de Repressão a Crimes Ambientais e Contra o Patrimônio Histórico), Mario Nomoto, as investigações duraram cinco meses.

Os acusados chegavam a pagar cerca de R$ 20 por tucanos. A arara era a compra mais cara: R$ 500, mas a quadrilha revendia por R$ 2,5 mil.

O principal mercado consumidor dos animais, que eram revendidos em pet shops e feiras livres, eram a região metropolitana de São Paulo e algumas cidades do interior.

O chefe do bando é Marco Antonio Alves, conhecido como menino do Louro. A PF conseguiu identificar nove passagens dele por tráfico de animais, mas a corporação acredita que o número seja maior.

Marco centralizava as ações da quadrilha nele e acompanhava desde a captura das espécies na mata até o transporte e a comercialização.

A quadrilha era dividida em três bases, sendo uma delas em Guarulhos, onde o chefe reside. A captura dos animais era feita em Mato Grosso do Sul e no Pará.

No Estado, conforme a Federal, o principal local de captura era no Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, região de Anaurilândia. Chamou atenção dos federais a facilidade na captura na região. Segundo o delegado, os moradores desconhecem a ilegalidade.

O delegado lamentou que a operação não tenha conseguido prender também as pessoas que capturavam os animais e quem revendia.

Apreensões - A primeira apreensão de animais silvestres capturados pela quadrilha ocorrem em 19 de novembro em Anaurilândia, quando foram encontrados um recorde de tucanos: 38, três filhotes mortos e outras aves.

A segunda foi no dia 12 de janeiro, no Pará, quando 47 filhotes de arara amarela, comuns na região, foram apreendidas.

Quadrilha - Além do sargento da PM, e do líder da quadrilha, estão presos Bruna de Souza Santos, mulher de Marco e Lourivaldo, conhecido como “xexéu”, que é sogro do chefe do bando.

Também foram detidos Orlando de Sousa, maior comprador das aves e que revendia na cidade de Araras, em São Paulo, além de Pedro Sebastião da Silva, o "Pedrão", que era responsável por fornecer o local onde o líder da quadrilha se hospedava em Mato Grosso do Sul para recolher e estocar as aves capturadas.

Operação - Foram expedidos 13 Mandados de Prisão Temporária, sendo quatro cumpridos em Mato Grosso do Sul, 16 Mandados de Busca e Apreensão e um Mandado de Condução Coercitiva, que foram feitos nas cidades de Ivinhema, Anaurilândia e Taquarussu.

Os mandatos também foram cumpridos em Goianésia e Jacundá, no Pará, além das cidades de Guarulhos e Araras, em São Paulo.

Conforme a PF, os acusados serão indiciados por tráfico de animais silvestres, maus tratos contra animais e formação de quadrilha. O nome da operação, Acatamanga, é a denominação como são conhecidos os papagaios-verdadeiros.

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