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Cidades

Símbolo da violência contra a mulher vem à Capital

Redação | 17/11/2008 17:16

No próximo dia 27 estará presente em Campo Grande a brava mulher que cedeu o nome à lei brasileira que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Maria da Penha Maia Fernandes, cearense que, aos 38 anos, ficou paraplégica após ser atingida por um tiro disparado pelo marido, proferirá palestra no seminário "Maria da Penha: história de luta que inspirou a Lei".

O evento, promovido pelo deputado estadual Paulo Duarte (PT), vai discutir o problema da violência contra a mulher e contará ainda com a presença de representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de entidades de classe. O objetivo do seminário é divulgar a Lei e encontrar mecanismos para coibir a violência contra a mulher. Segundo o deputado Paulo Duarte, através do conhecimento da Lei a sociedade poderá combater esse crime que "é uma covardia".

O evento será realizado a partir das 14h30, do dia 27, no plenário Júlio Maia, na Assembléia Legislativa. A entrada é de graça e aberta ao público.

História -

Em maio de 1983, Maria da Penha dormia em casa, no Recife (PE), quando o então marido, o professor universitário colombiano Marco Antônio Heredia Viveros, deu um tiro em suas costas. O pai de suas três filhas, na época com idades entre 2 e 6 anos, simulou um assalto. A biofarmacêutica com mestrado pela USP ficou paraplégica.

Após quatro meses no hospital, ao voltar para casa, sofreu nova tentativa de assassinato. Viveros tentou eletrocutá-la. "Só então a farsa do assalto foi descoberta. Conto minha história para que mulheres agredidas não se envergonhem de buscar ajuda nas Delegacias da Mulher e em casas de apoio", diz ela, que viaja pelo Brasil dando palestras e cobrando de governos medidas para acabar com a violência contra a mulher. Somente 15 anos depois o caso foi a julgamento e o acusado foi condenado duas vezes. Em ambas saiu livre do fórum devido a recursos. Foi então que, em parceria com o Centro pela Justiça e o Direito Internacional (Cejil) e o Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem), ela denunciou o caso à OEA (Organização dos Estados Americanos).

Em 2001, o órgão internacional condenou o Brasil pela omissão, tolerância e impunidade com que tratava os casos de violência doméstica e recomendou ações como mudar a legislação para coibir a violência contra a mulher e pagar reparação a Maria da Penha. "

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