ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SÁBADO  04    CAMPO GRANDE 31º

Cidades

STF nega liminar que usou exemplo de MS ao pedir liberdade de presos isolados

Pedido da Defensoria Pública da União relata ilegalidade de presos que estão há mais de 2 anos no regime isolado; Situação de MS foi utilizada como exemplo pelo aumento de doenças mentais

Izabela Sanchez | 04/10/2017 13:44
Penitenciária Federal de Campo Grande, onde 85% dos presos fazem uso de medicamentos para a saúde mental (Fernando Antunes/arquivo)
Penitenciária Federal de Campo Grande, onde 85% dos presos fazem uso de medicamentos para a saúde mental (Fernando Antunes/arquivo)

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) e ex-ministro da Justiça, Alexandre de Morais, negou, nesta quarta-feira (4), liminar com pedido de Habeas Corpus coletivo para libertar presos que estão há mais de dois anos no regime isolado do SPF (sistema Penitenciário Federal). O exemplo de Mato Grosso do Sul, onde 85% dos presos do Presídio Federal de Campo Grande utilizam medicamentos para tratar doenças como a depressão, foi utilizado pela DPU(Defensoria Pública da União), que protocolou a liminar.

A DPU afirma ilegalidade flagrante na situação dos presos que estão há mais de dois anos em regime de isolamento. Eles ficam sem nenhum contato social, conforme a Defensoria, 22h por dia, realidade de 22% dos presos do SPF, segundo levantamento da DPU. Não foi o que entendeu o ministro.

"Os fatos apontados pela Defensoria Pública da União, em uma primeira análise, não apresentam nenhuma ilegalidade, pois a própria lei não fixa prazo fatal [vencimento do prazo], mas sim autoriza sucessivas renovações da manutenção dos detentos no recolhimento em estabelecimentos penais federais de segurança máxima", declarou o ministro, conforme a Agência Brasil.

"A sociedade brasileira está farta do aumento da insegurança pública e da falta de integração entre União, Estados e Municípios, com inúmeras discussões estéreis e pouquíssimas inovações práticas eficientes, sendo necessária a soma inteligente de esforços institucionais, sempre com a absoluta observância da dignidade da pessoa humana e das normas constitucionais, para combater as organizações criminosas", complementou.

Entedimento da PGR - A decisão do ministro acompanhou entendimento da procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Segundo a Agência Brasil, Raquel enviou parecer contrário ao pedido na terça-feira (3), "por entender que a devolução de todos os presos há mais de dois anos em presídios federais, como pleiteado pela DPU, poderia comprometer a segurança pública no país".

Conforme a Agência, ela defendeu que cada situação seja analisada individualmente, e não por meio de habeas corpus coletivo.

Doenças mentais e suicídio

A DPU utilizou o exemplo de Mato Grosso do Sul pois explica a relação entre o isolamento dos presos e o aumento de doenças como depressão e ansiedade, além do aumento do suicídio. Na Penitenciária Federal de Campo Grande, segundo a defensoria, dos 142 internos custodiados no mês de julho de 2017, "80 faziam uso de medicamentos psicotrópicos e 42 utilizavam antidepressivos para tratar males de ordem mental".

"Tais referências mostram que a premência por atendimentos psiquiátricos e psicológicos é resultado do tratamento cruel dispensado dentro do SPF", critica a Defensoria.

Nos siga no Google Notícias