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Cidades

Vilão ou aliado, horário de verão começa, como sempre, com polêmica

Flávia Lima | 17/10/2015 08:55
Carlos Hora aproveita o dia mais longo para curtir ao lado da filha Maria Vitória. (Foto:Fernando Antunes)
Carlos Hora aproveita o dia mais longo para curtir ao lado da filha Maria Vitória. (Foto:Fernando Antunes)
Educadora física Carolina Gutierrez diz que é possível se adaptar ao nova rotina com hábitos simples. (Foto:Fernando Antunes)
Educadora física Carolina Gutierrez diz que é possível se adaptar ao nova rotina com hábitos simples. (Foto:Fernando Antunes)

Muitas pessoas não estão lembrando, mas neste domingo terá início o horário de verão, o que significa ter que adiantar em uma hora os relógios. Com término marcado para o dia 21 de fevereiro de 2016, o período sempre foi motivo de reclamação para algumas pessoas, especialmente para quem precisa levantar cedo.

Mesmo tendo um time do contra ainda grande, o Campo Grande News constatou que também há uma boa parcela da população que já não encara o horário como vilão, mas como um aliado na busca por uma melhor qualidade de vida.

A horinha extra do sol, que garante um entardecer mais prolongado, estimula a prática de esportes e a atividades que, geralmente quem chega em casa à noite, já não tem disposição de fazer.

Uma das fãs do horário é a enfermeira Lílian Santana. Apesar de ver na economia de luz o maior benefício, ela conta que aproveita o sol, que ainda brilha após às 18 horas, para fazer caminhadas com os filhos e até mesmo limpar a casa.

Na verdade ninguém nunca está satisfeito com tudo. É uma situação que temos que nos adaptar e buscar pontos positivos”, afirma.

Na opinião da enfermeira, a adaptação ao novo horário requer algumas mudanças de hábito, como dormir mais cedo para não acordar com sono. “É tudo uma questão psicológica. Logo depois da primeira semana seu organismo já fica acostumado com o novo ritmo”, ensina.

A cuidadora de idosos Inizete Alves de Souza também aprova o horário e aproveita o fim de tarde para levar o neto para passear no Belmar Fidalgo, parque localizado na região central de Campo Grande. “O calor anima a ficar fora de casa e quando escurece logo a gente não tem coragem de sair”, diz.

Quem também aproveita o sol para ficar com a filha ao máximo no parque, é o administrador rural Carlos Hora. Ele conta que normalmente programa algum passeio quando busca a pequena Maria Vitória, de 2 anos, na escola, mas que, devido ao cansaço, nem sempre ela consegue ficar acordada.

Já com no horário de verão o quadro reverte. “Ela já sai empolgada da aula e podemos aproveitar melhor o passeio”, revela.

Mas há quem não vê muitas vantagens durante esse período. É o caso dos estudantes Cristina Gomes, 15 e Talita Benitez, 16. Obrigados a levantar mais cedo para ir a escola, os dois só aprovam o horário quando podem chegar mais tarde em casa. "É bom porque dá para ficar mais tempo com os amigos", diz Talita.  

A enfermeira Lílian Santana diz que aproveita o horário até para fazer faxina em casa. (Foto:Fernando Antunes)
A enfermeira Lílian Santana diz que aproveita o horário até para fazer faxina em casa. (Foto:Fernando Antunes)
Os estudantes Talita Benitez e Cristian Gomes gostam do horário porque podem ficar até mais tarde na rua. (Foto:Fernando Antunes)
Os estudantes Talita Benitez e Cristian Gomes gostam do horário porque podem ficar até mais tarde na rua. (Foto:Fernando Antunes)

Dicas - A educadora física Carolina Gutierrez, que ministra aulas no Belmar Fidalgo, reconhece que alguns organismos sentem mais do que outros a mudança do horário, porém ressalta que é possível desenvolver atitudes que amenizem esse impacto. O ideal, segundo ela, é começar a mudar os hábitos pelo menos uma semana antes do início do horário, mas não é impossível se acostumar a ele após seu início.

Uma delas é procurar uma alimentação mais saudável, longe de frituras e refrigerantes. O ideal, até mesmo devido ao calor, é adotar a ingestão de frutas, carnes magras e legumes, que irão, inclusive, facilitar digestão à noite, garantindo uma noite de sono melhor.

A prática de exercícios logo no início da manhã também contribui para iniciar o dia com mais disposição e evitar o calor excessivo ao longo do dia.

"A primeira semana de adaptação é crucial, mas buscando atitudes saudáveis logo o organismo se acostuma porque a grande vantagem do ser humano é ter a capacidade de se adequar as adversidades", enfatiza.

Quanto às crianças, que geralmente mostram dificuldade em acordar mais cedo para ir à escola, ela diz que é fundamental os pais darem o exemplo e impor limites em relação ao horário de dormir. "Não dá para ficar vento TV ou na internet até tarde. Com certeza essa criança não vai aguentar ir para a escola cedo", diz.

Economia - O horário de verão irá vigorar nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, além do Distrito Federal.

O objetivo é estimular o uso racional da energia elétrica, especialmente nos períodos de pico de consumo, entre 18 e 21 horas. A estratégia é aproveitar a intensificação da luz natural ao longo do dia durante o verão para reduzir o gasto de energia. A expectativa é promover uma economia de R$ 7 bilhões nos investimentos previstos para o setor elétrico brasileiro.

Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, o horário de verão representa uma redução da demanda, em média, de 4% a 5% e previne contra a sobrecarga na rede durante a estação mais quente do ano, evitando os black-outs, comuns no início dos anos 2000.

Segundo o ONS, no horário de verão 2014/2015, a redução da demanda no horário de pico foi cerca de 2.035 megawatts (MW) no subsistema Sudeste/Centro-Oeste, equivalente ao dobro do consumo de Brasília em todo o período em que esteve em vigor. No Subsistema Sul, a redução foi 645 MW, correspondendo a uma economia de 4,5%.

Prática de exercícios ajuda a equilibrar o organismo. (Foto:Fernando Antunes)
Prática de exercícios ajuda a equilibrar o organismo. (Foto:Fernando Antunes)
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