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Cidades

Vítima de ex-médico ganha na Justiça direito de reparar mutilações

Fabiano Arruda | 22/12/2011 11:51

Umas das vítimas do ex- médico Alberto Rondon, acusado de mutilar mulheres em cirurgias estéticas mal sucedidas, ganhou o direito de atendimento médico e psicológico para reparação de erros que lhe afetaram partes do corpo.

Ainda não há data marcada, mas a mulher, de 35 anos, deve passar pela avaliação que a submeterá às reparações. Ela sofreu danos nos seios, parte das coxas, barriga e umbigo.

A sentença contra o médico foi aberta em 2009 e a decisão saiu terça-feira da semana passada. De 100 processos abertos pelo Ministério Público Federal em ação coletiva, este foi o primeiro vencedor, que teve como advogados responsáveis Thiago Amorim e Giulliano Mosena.

Os profissionais acreditam que esta determinação será ampliada a todas as vítimas. Para Amorim, as pacientes devem confiar na justiça e acreditar que os erros serão reparados.

“As pessoas devem sentir que a Justiça está cuidando de seus problemas, devem sentir que os culpados serão punidos e os erros serão remediados. Essa decisão é uma vitória efetiva, palpável. É o início de um recomeço para essa vítima e, com certeza, para toda a sua família. O problema ainda está longe de ser totalmente resolvido, mas a esperança dessas pessoas se fortalece”, enfatiza.

O dever de indenizar as vítimas, inclusive de pagar os devidos tratamentos já havia sido reconhecido pela Justiça. Na época, além do ex-médico também foi condenado o CRM/MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul) por omissão.

Caso - Em maio deste ano, a Justiça de Mato Grosso do Sul impôs a maior condenação já sofrida por Rondon. Alvo de diversos processos após mutilar mulheres em procedimentos cirúrgicos que elas acreditavam ser estéticos, mas que deixaram cicatrizes para a vida toda, ele foi condenado a 42 anos e 9 meses de reclusão pelos crimes de lesão corporal dolosa qualificada e lesão corporal simples.

A condenação é relativa a 11 vítimas. Em 10 casos, o ex-médico foi considerado culpado pelo crime de lesão corporal dolosa qualificada por deformidade permanente.

É a segunda condenação criminal dele por conta das sequelas deixadas em suas vítimas. Rondon hoje cumpre pena, em casa, no município de Bonito, por uma condenação anterior, de 2002, quando recebeu pena de seis anos também pelo crime de lesão corporal dolosa, relativo a sete mulheres operadas por ele. Ele só começou a cumprir essa pena em 2009, quando foi preso pela Polícia Federal, após ser considerado foragido.

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