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Em Pauta

Alemanha ou China para reconstruir o "Trem da Morte"?

Mário Sérgio Lorenzetto | 17/05/2016 08:24
Alemanha ou China para reconstruir o "Trem da Morte"?

As ferrovias ainda criam sonhos e pesadelos. O governo federal trouxe os chineses para os estudos de um corredor que ligasse o porto de Santos até o Peru. Nem um dormente saiu do papel até agora. Não existe mais nada de concreto. Parece que virou um pesadelo.

Enquanto no Peru consideram desejável um trajeto que evite passar pela Bolívia, consequentemente, também não passaria pelo Mato Grosso do Sul, o nosso vizinho considera uma estupidez não aproveitar, mesmo que tenham de reconstruir tudo, a rota já existente de Santos a Corumbá e de Corumbá a Santa Cruz, o outrora denominado "Trem da Morte".

Até agora os interessados eram apenas os chineses. O fato é que os bolivianos conseguiram atrair o interesse da Alemanha para esse megaprojeto. Uma delegação alemã esteve na Bolívia, no início deste ano, para discutir esse projeto. Não fomos convidados para a festa. Para os descrentes é importante lembrar o que esta coluna vem afirmando há anos: a Bolívia detém uma das maiores reservas de lítio do mundo. Sem lítio não há baterias (não há carros elétricos, celulares, tablets...). É um mineral que promete ser mais importante que o petróleo. E para firmar uma parceria visando a exploração do lítio, o Brasil também não foi convidado. A disputa está entre França, China, Rússia e, óbvio, a Alemanha. Uma ferrovia soja-lítio seria economicamente viável?

Alemanha ou China para reconstruir o "Trem da Morte"?

Existem motivos para as mulheres viverem mais?

As mulheres são o sexo frágil? Só na cabeça de quem inventou. A prova maior da robustez das mulheres está no poder delas permanecerem vivas. As mulheres são mais resistentes que os homens desde o nascimento até a idade avançada. Elas sobrevivem a nós, em média, cinco a seis anos. Aos 85 anos existem aproximadamente seis mulheres para cada quatro homens. Aos 100 anos, a proporção é de mais de duas para um.

Então, por que as mulheres vivem mais que os homens? A ideia popularizada, sem nenhum critério científico, é a de que os homens seriam levados a uma morte prematura por conta de todas as dificuldades e estresses em suas vidas no trabalho. Há pouca evidência de que isso esteja acontecendo. Hoje, as mulheres ainda sobrevivem aos homens por mais ou menos o mesmo tempo que suas mães "do lar". E é falsa a ideia de que uma mulher "do lar" leve uma vida sem estresse e sem dificuldades.

Estatisticamente, homens lucram muito mais com o casamento que suas mulheres. Homens casados tendem a viver muitos anos mais que os solteiros. Mulheres casadas só vivem um pouco mais que as solteiras. Então, quem de fato tem a vida mais fácil? As solteiras ou as casadas?

Há outro argumento que também não possui base sólida: as mulheres beberiam e fumariam menos que os homens. Essas diferenças são pequenas e estão diminuindo ao longo do tempo. Também não dá certa a hipótese de que as mulheres se alimentam melhor que os homens. Além das estatísticas não favorecerem o argumento há um dado irretorquível - as mulheres idosas apresentam mais problemas de saúde que os homens. Portanto, o argumento de estilo de vida não responde à pergunta.

A resposta parece estar relacionada com a evolução. Foi constatado que as fêmeas da maioria das espécies vivem mais que os machos. A explicação estaria na biologia. Muitos cientistas acreditam que o envelhecimento é o resultado do acúmulo gradual de um enorme número de pequenas falhas individuais em nosso corpo. Um dano a um filamento de DNA aqui, uma molécula de proteína desregulada ali... Essa somatória degenerativa significa que a extensão e nossas vidas é regulada pelo equilíbrio entre a rapidez com que novos danos atingem nossas células. Em suma, quanto maior o número de células com algum problema, mais rápido o processo de envelhecimento. E é ai que entram as grandes diferenças. Há uma grande diferença entre homens e mulheres quanto à capacidade de "reparação dos danos celulares" - seus corpos são melhor "consertados" que os nossos. Essa parece ser a chave da diferença.

Alemanha ou China para reconstruir o "Trem da Morte"?

Faltam 40 anos para termos uma sociedade em que negros e brancos sejam iguais na educação.

Nos últimos anos, o Brasil passou por transformações importantes que reformularam a agenda de estudos sobre as desigualdades raciais. De acordo com os dados censitários, em 2.000 a proporção de estudantes de 15 a 17 anos negros e pardos que frequentavam o ensino médio era, respectivamente, de 28,3% e 31%.

Passados dez anos, esses percentuais passaram a 49,7% e 53,7%. No caso do ensino superior, o crescimento também foi muito expressivo: se em 2.000 apenas 6,3% e 8,4% dos estudantes negros e pardos que tinham entre 18 e 24 anos na faculdade, em 2.010, esses percentuais saltaram para 30,4% e 27,8% respectivamente. Ou seja, em dez anos quadruplicou a participação das populações pardas e negras no ensino.

Porém, os dados também revelam que, embora tenha ocorrido uma queda significativa das desigualdades raciais, elas ainda persistem. Um estudo do Ipea - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - que realizou projeções para a diminuição da desigualdade racial e apontou que seria necessário manter o mesmo ritmo de queda durante ao menos 40 anos para que se consolidasse uma sociedade racialmente mais igualitária.

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Em Belágua reside o futuro do PT.

Localizada no norte do Maranhão, a minúscula Belágua é a cidade símbolo do que resta ao PT. Ela ganhou notoriedade nacional em 2010, quando o último censo a apontou como o município mais pobre do país. Tinha renda mensal de R$146. No mesmo levantamento, Niterói (RJ), o mais rico, exibia renda per capita de R$2.031. Quatro anos depois, Belágua voltou à mídia. Dessa vez, como a cidade que depositou o maior percentual de votos em Dilma - 92% dos eleitores no primeiro turno e 93%, no segundo turno.

Belágua não dispõe de bancos ou agências dos Correios. Há apenas uma pequenina lotérica que não comporta os pagamentos das aposentadorias e dos demais benefícios do governo. Só no Programa Bolsa Família há 1.912 residências cadastradas, a quase totalidade das humildes casas do município. Quase todos recebem um ou mais benefícios governamentais - bolsa família e defeso para pescadores. As exceções são os funcionários públicos - professores, agentes de saúde e assessores da prefeitura. Há raríssimos comerciantes cuja renda individual não ultrapassa os R$ 150.

Além dos benefícios do governo só há pequenas plantações de quiabo, maxixe, melancia e mandioca. Quase não há "luxos" como sabonetes, biscoitos e guarda-roupas (as roupas são penduradas em cordas de varal). O esgoto corre a céu aberto. Cerca de 40% da população é analfabeta e o posto de saúde fica às moscas por falta de materiais e de profissionais. Ao final da votação do impeachment, que decidiu a sorte de Dilma, não houve o espocar de foguetes em Belágua. É o Brasil profundo.

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