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Em Pauta

Crise ambiental global. Ciência ou política?

Mário Sérgio Lorenzetto | 24/09/2019 06:35
Crise ambiental global. Ciência ou política?

Os cientistas estão de acordo, de forma quase unânime, de que a atividade humana é a causa do aquecimento global. Em 2013, os cientistas qualificavam de "extremamente possível", com uma certeza de 95% , o aumento da temperatura no planeta. Mas se 98% da comunidade científica diz que existem as mudanças climáticas, há pouco mais de meia dúzia que defendem que isso não existe. Como essa minoria têm fácil entrada nos meios de comunicação, fica parecendo que há algo como 50% de possibilidade de nada acontecerá. A ideia do negacionismo é converter um fato em apenas uma teoria. A principal manipulação está na internet.

Crise ambiental global. Ciência ou política?

Quietistas climáticos.

A isto tudo se soma que as mudanças climáticas é uma ameaça que gera culpa no público em geral. Essa culpabilidade converte a maioria da humanidade em "quietistas climáticos". Confiam em que sem fazer nada, tudo terminará sendo resolvido. É nesse vão que jogam os negacionista. Eles jogam com duas chaves: as mudanças climáticas não existem, ou, se existirem a culpa não é dos humanos. Culpam o sol pelo aumento das temperaturas. Vão além, o senador Jim Inhofe dos EUA, o maior nome do negacionismo, depois de Trump, se escora na Bíblia. Lê o Gênesis "Enquanto a terra existir, haverá tempo de plantar e de colher, frio e calor, inverno e verão, dia e noite" e da a discussão como liquidada. Mas não são,os políticos, fazendeiros ou outros quaisquer os maiores negacionistas, são os industriais do petróleo que começaram negando a realidade. E continuam a sustentar - a peso de petróleo, e não de ouro - uma meia dúzia de cientistas e de políticos.

Crise ambiental global. Ciência ou política?

Os irmãos Koch são os país do negacionismo.

Existe um consenso em considerar os irmãos Koch, donos da Koch Industries, como os principais impulsionadores da dúvida sobre as mudanças climáticas. Charles e o recentemente falecido David ocupam a décima primeira e a décima segunda posição da lista Forbes das pessoas mais ricas do mundo. Foram eles que criaram a primeira convenção conhecida de negacionistas. A reunião foi patrocinada em 1991 pelo Instituto Cato, um think tank com sede em Washington, fundado é financiado pelos Koch. Charles Koch e outros magnatas do petróleo passaram à ação quando o presidente George Bush (Republicano) anunciou que apoiaria um tratado que limitasse as emissões de carbono, uma ameaça para os gigantescos lucros das Koch Industries.

Crise ambiental global. Ciência ou política?

A politização das mudanças climáticas.

Naquele momento, Bush não estava sozinho no Partido Republicano. Ainda que soe mal para a esquerda, os republicanos (a direita dos EUA) estiveram à frente de lutas fundamentais como na campanha pela libertação dos escravos e contra a Lei Seca (proibiu a venda e produção de bebidas alcoólicas nos EUA, quem defendia a Lei Seca era a esquerda norte americana). Assim como os democratas, os republicanos aceitaram o consenso científico sobre as mudanças climáticas. Mas os Koch, e seus parceiros industriais do petróleo, reagiram fortemente. Passaram a financiar fortemente algumas candidaturas que consideravam negacionistas e, assim, criaram uma forte bancada de republicanos defensores do negacionismo.

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