Dia 9 de abril – data do término da agiotagem federal? E como engolir?

Mário Sérgio Lorenzetto | 09/04/2014 07:55

Todos pagam, mas poucos sabem como funciona a dívida dos estados com a União

Dificilmente um governador de qualquer estado tratará a dívida com a União de maneira diferente – é um sistema de agiotagem. Mas é um dos cinco pilares das receitas federais, levando um presidente da República depois do outro a manter a mesma organização de cobrança dessas dívidas.

O caso do Mato Grosso do Sul espelha a montagem feita no governo FHC, da agiotagem explícita: o governo estadual devia pouco mais de R$ 2 bilhões. Pagou mais de R$ 5 bilhões e ainda deve outros R$7 bilhões.

O indexador utilizado pelo Ministério da Fazenda é o IGP-DI(Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) com acréscimo de 6%. Traduzindo – pagamos juros de 13% a 14%. No ano de 2013, saíram dos cofres do governo estadual R$ 920 milhões e neste ano, superaremos a marca de R$ 1 bilhão em pagamentos ao Ministério da Fazenda.

A informação do líder do governo no Senado, Eduardo Braga, é de que o governo federal não se opõe mais à votação do projeto de lei complementar que muda, de forma retroativa, o indexador da dívida dos Estados e Municípios com a União. Há um entendimento para que a votação dessa matéria ocorra no dia 9 de abril. É hoje. Seria, na verdade. Uma reunião da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado decidiu que haverá uma reunião conjunta para discutir a matéria, que não foi retirada da pauta.

A medida prevê a substituição do indexador das dívidas dos Estados e Municípios pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), acrescido de juros de 4% ao ano ou da taxa Selic, o que for menor.

Mesmo com a informação do líder do governo de que o Ministério da Fazenda não exerça mais pressão para o projeto não ser levado ao plenário do Senado é difícil acreditar na retroatividade do sistema de cálculo.

O que ocorre no Ibama e nas Secretarias de Meio Ambiente, estão desacreditados?

O Greenpeace informou que os três maiores frigoríficos brasileiros – JBS, Marfrig e Minerva – apresentaram sistemas eficazes para a compra de gado na região amazônica, conforme relatórios das auditorias BDO e DNV.

Na prática, a informação do Greenpeace demonstrar poder. Poder que pertencia aos sistemas governamentais – federais e estaduais – de proteção ambiental. Ibama e seus congêneres estaduais estão perdendo poder para a famosa ONG?

Os três frigoríficos conseguiram bloquear a aquisição de bois oriundos de fazendas que desmataram floresta, que utilizaram mão-de-obra análoga à escravidão ou que estão localizadas em terras indígenas e unidades de conservação na Amazônia. Aplausos aos frigoríficos. Na dúvida chamem o Greenpeace. Talvez resolvam os problemas ambientais e os litígios existentes no Mato Grosso do Sul.

Agora é o Credit Suisse quem afirma: valor das terras agricultáveis brasileiras continuará subindo

Apesar de algumas incertezas que pairam sobre o mercado no curto prazo, as perspectivas para o agronegócio brasileiro continuam positivas e inabaláveis. Agora foi a vez do Credit Suisse a fortalecer o otimismo dominante. O relatório produzido pelo banco concluiu que, apesar das adversidades climáticas que prejudicaram a produção de grãos, o volume permanece expressivo e a rentabilidade, ainda que tenha diminuído, continua atrativa.

Nesse contexto, o Credit Suisse considera que os preços das terras agricultáveis tendem a seguir firmes, sobretudo no longo prazo, tendo em vista as perspectivas de aumento da demanda global por grãos. “Os fundamentos de alta dos preços das terras continuam robustos”, atestou o banco.

Nenhum de nós trabalha tanto quanto diz

Há uma pesquisa sendo realizada em algumas indústrias, serviços e órgãos públicos. Uma das questões centrais é a de quantas horas as pessoas efetivamente trabalham. Por incrível que pareça, os tempos modernos tornaram essa pergunta difícil de ser respondida. Eu mesmo não sei responder. Por exemplo, o tempo que gasto pensando em notas a serem escritas é tempo a ser computado como trabalho? E lendo os e-mails? As compras de supermercado pela internet entram nessa classificação? Sei que não são horas de lazer.

Estudos afirmam que as pessoas tendem a superestimar o próprio expediente em pelo menos 10%. Quando os pesquisadores comparam as horas que as pessoas dizem que trabalham com seus cartões de ponto, estão verificando que os números não batem. Isso não é uma grande surpresa. Somos todos ruins em estimar quanto tempo passamos fazendo alguma coisa. Pergunte a um insone quanto tempo ele dormiu na noite passada e ele dirá 2 horas, quando na verdade foi algo perto de 5 horas. As pessoas que trabalham 37 horas, dizem que são 40. Aqueles que trabalham 50 horas inflam esse número para 75.

Tem até ranking para os mais exagerados na hora de exagerar

A Universidade de Oxford em conjunto com a Universidade de Mariland, fizeram um estudo que desmembra as estimativas exageradas por profissão. Eles constataram que os advogados exageram mais que os assistentes de advogados; os médicos exageram mais que os enfermeiros e os gerentes das empresas mais que os funcionários dos escalões mais baixos.

Esse estudo acredita que o primeiro motivo para advogados, médicos e gerentes afirmarem que trabalham mais está relacionado com o status. Quanto mais baixo você está na hierarquia, menor o valor que você dá à sua própria contribuição. Se você é o chefe de uma empresa, tende a ter uma avaliação tão alta de seu trabalho, que a quantidade dele acaba ficando distorcida em sua mente.

Mas isso também acontece porque o trabalho é um distintivo de honra. O valor de um homem foi medido, no passado, pelo tempo livre que ele tinha, e depois pela quantidade de dinheiro. Hoje, como é mais difícil deixar uma herança para os filhos, seu legado é medido pelo seu “capital humano”. E a melhor medida desse capital é o quanto você trabalha duro. Talvez as horas sejam as únicas medidas de nosso trabalho, mas tênues. Como medir o trabalho?

Receita e Correios desenvolvem sistema para rastrear remessas do exterior

Os trabalhos estão a todo vapor e têm como objetivo aplicar os devidos impostos federais às remessas vindas do exterior. O objetivo é responder ao crescente aumento das remessas vindas por meio de compras on-line, principalmente da China. De acordo com a Receita Federal, em 2013, entraram no Brasil 20,8 milhões de pacotes (entre cartas, produtos e demais remessas). O volume cresceu 44% na comparação com 2012.
Cresceu, mas o país não arrecadou. Além de não recolher, os produtos que entram desta forma representam concorrência, e desleal, com a produção do país.